Uma Copa de alma russa
A realização da Copa do Mundo na Rússia é a oportunidade de enxergar o torneio para muito além dos gols e craques inesquecíveis
Se a Copa do Mundo fosse apenas futebol, certamente não teria a dimensão e a graça que tem — mas, sem os gols e os lances inesquecíveis que constroem as lendas, cairia no esquecimento rapidamente.
Toda Copa é um espetáculo, e já se foram vinte, mas uma Copa na Rússia tem algo a mais. Vista do Brasil, e de todos os outros países, há o charme da história de uma nação continental que desde os primórdios, passando pelo tempo dos czares, pelo período soviético e mesmo pelos dias de hoje, com a mão dura de Vladimir Putin, sempre despertou interesse.
Haverá Messi, haverá Cristiano Ronaldo e Neymar. Haverá a polêmica da estreia do VAR, o árbitro assistente de vídeo. O Brasil buscará o hexa e a Alemanha, o penta. Muito se falará das denúncias de sobrepreço nos estádios (nenhuma novidade nesse ponto). Teremos, enfim, diversão à beça a partir de 14 de junho, com o jogo inaugural entre os donos da casa e a Arábia Saudita, até a final, em 15 de julho, no Estádio Lujniki, em Moscou. Mas, por trás dessa camada mais evidente, há um estrato fascinante, porque, insista-se, não se trata só de bola.