Vacina contra a Covid-19: Uma conquista histórica
Em apenas 11 meses, na fascinante aventura de nosso tempo, um mutirão de cientistas de todo o mundo conseguiu desenvolver uma vacina contra a Covid-19
Atavicamente lentos, os burocratas apertaram o passo para avaliar os dados oferecidos pelos laboratórios, aprovando estudos em prazos curtíssimos — o que não significa de forma alguma uma postura de desleixo, mas de forças-tarefa e protocolos organizados e inovadores. No Brasil, por exemplo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, aprovou há menos de um mês medidas para acelerar o registro de vacinas contra a Covid-19 no país. A norma autoriza as empresas a enviar os dados técnicos sobre os testes de forma contínua — e não ter de reunir todos os documentos para apresentá-los de uma vez só, como normalmente ocorre (acompanhe as negociações e trapalhadas do governo brasileiro na pág. 62). Na quarta-feira 9, o Canadá autorizou o uso da vacina da Pfizer e, até o fechamento desta edição, os Estados Unidos estavam prestes a validá-la. O governo britânico, porém, foi o que se mostrou mais ágil. O Reino Unido reservou cerca de 300 milhões de doses de vacinas pesquisadas por seis fabricantes. Caso todas se comprovem eficientes, o número já supera o total da população, mesmo que sejam necessárias duas doses.