O tratamento precoce da Covid-19
Cloroquina, ivermectina e azitromicina: a experiência na cidade de Porto Feliz, interior de São Paulo
Cloroquina, ivermectina e azitromicina: a experiência na cidade de Porto Feliz, interior de São Paulo, onde os infectados recebem um kit com os medicamentos logo no início dos sintomas da infecção. A recente chancela do Ministério da Saúde para o tratamento precoce do novo coronavírus, logo nos primeiros sinais da doença, foi uma das decisões mais polêmicas na história da pandemia no país. Em especial pela escolha de remédios não indicados originalmente para a infeção — a azitromicina, um anti-inflamatório, e a conhecidíssima cloroquina, a droga da discórdia, antiviral usado em casos de lúpus, malária e outras doenças autoimunes. No último dia 7, o presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar ter “se sentido perfeitamente bem” ao tomar as medicações diante da suspeita de Covid-19, antes mesmo do resultado positivo. O protocolo médico ganhou adeptos (e acaloradas discussões) com a criação de um conselho científico com nomes de peso que defende a ação terapêutica.
Há uma cidade feita laboratório em torno da iniciativa de ação imediata contra a doença. Em Porto Feliz, município com 52 000 habitantes no interior do Estado de São Paulo, a prática do tratamento extremamente precoce tem dado resultados positivos.
Desde 21 de março, logo nos primeiros casos da doença, a prefeitura adotou um protocolo ainda mais radical. Todos os que apresentam sintomas suspeitos da infecção, mesmo sem a confirmação da doença, são medicados com três rótulos: além da cloroquina e do anti-inflamatório azitromicina, a ivermectina, droga para vermes, que poderia frear a replicação do vírus. O tratamento não é compulsório. E antes de serem submetidos ao tratamento, os moradores passam por exames de controle, incluindo a sofisticada tomografia. Dos 397 casos registrados até a última quarta-feira, 15, houve dez mortes — nenhum dos mortos havia sido tratado precocemente.