Um dia após o anúncio do endurecimento de políticas anti-ódio no Facebook e no Instagram, o WhatsApp comunicou que vai começar a implantar medidas para restringir a disseminação de rumores.
O aplicativo fará testes para limitar a quantidade de vezes que um usuário pode encaminhar uma mesma mensagem. O botão de compartilhamento rápido, que permite ao usuário repassar em poucos cliques uma mensagem que tenha recebido, também será removido.
No comunicado, a empresa não revela qual será o limite de encaminhamentos para o público geral, mas informa que, na Índia, o número máximo será de 5 remetentes por pessoa. Com mais de 200 milhões de usuários, o país asiático é o maior mercado do WhatsApp no mundo.
O governo indiano passou a pressionar o WhatsApp após a ocorrência de uma série de linchamentos ligados a correntes de boatos de rapto de crianças espalhadas por meio da ferramenta. “Quando rumores e fake news são propagados por pessoas mal-intencionadas, o meio usado para isso não pode evadir da responsabilidade. Se eles permanecerem como espectadores mudos, podem sofrer consequências legais”, disse o ministro da Tecnologia Ravi Shankar Prasad, em discurso registrado pelo jornal local Times of India.
Há duas semanas, ao menos 30 pessoas foram presas após um homem ser linchado no sul da Índia. No início do mês, outros cinco homens foram linchados por um grupo de mais de 40 pessoas. Em junho, dois homens foram retirados de um carro e espancados até morte no nordeste do país. Em maio, uma mulher transgênero e outras três pessoas foram seriamente feridas após mensagens que acusavam trans de serem traficantes de crianças se espalharem no WhatsApp.