A rede social Ello, que ganhou fama ao se posicionar como uma plataforma “anti-Facebook” e prometer que nunca vai adotar publicidade no site nem guardar os dados de seus usuários, recebeu um investimento de 5,5 milhões de dólares dos fundos Foundry Group, Bullet Time Ventures e FreshTracks Capital – este último já havia feito um aporte de 400.000 dólares na empresa em março.
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“O dinheiro vai permitir que tenhamos nosso próprio ritmo e que possamos construir (o produto) em vez de correr e tentar ganhar algum dinheiro”, disse o cofundador e diretor executivo da rede social, Paul Budnitz, ao site Mashable.
A entrada de investidores na startup levantou dúvidas sobre o compromisso da empresa. Críticos temem que, por pressão dos novos acionistas, o Ello ceda aos anúncios de publicidade. Em resposta, a Ello informou que se tornou uma “Empresa de Benefício Público”, tipo de companhia nos Estados Unidos que tem o objetivo de impactar positivamente a sociedade. Em seu registro como Empresa de Benefício Público, a companhia afirma que não venderá dados da empresa a terceiros, não exibirá anúncios na plataforma e, no caso de uma aquisição, vai requerer que a outra parte envolvida adote estes termos, o que deve dificultar qualquer tipo de pressão para mudar seu modelo de negócios. A empresa divulgou ainda uma carta assinada por todos os investidores.
Seth Levine, do Foundry Group, um dos investidores do Ello, defendeu a decisão em seu blog. “Ou nós construímos um negócio que não depende de anúncios de terceiros e da venda de dados ou não faremos negócio”, declarou. “Nossa crença é a de que existem produtos e serviços que o Ello pode desenvolver e pelos quais usuários pagariam. Enquanto o preço pode ser baixo, como parte de um ecossistema muito maior com milhões de usuários, nós vamos conseguir prover um modelo para a companhia que suporte o negócio e nosso investimento.”
A rede social – Concebido em 2013 como uma alternativa à maior rede social do mundo (e, pretensamente, uma antítese a ela), a rede social Ello ganhou destaque após forte adesão da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), grupo descontente com a rede de Mark Zuckerberg por bloquear contas com pseudônimos, em sua maioria de drag queens. Após protestos, o Facebook abriu uma exceção para que eles usem os nomes que adotaram em vez dos reais ao se cadastrar na rede social.
Na prática, Ello mistura traços de Twitter, Facebook e Tumblr. Na parte lateral à esquerda, é apresentada a lista de amigos por imagens e, à direita, a linha do tempo dos conteúdos publicados por eles na rede – imagens, textos e vídeos. Não é possível compartilhar conteúdos de outros sites. Os amigos podem ser divididos em dois grupos: friends (amigos, em português) ou noise (ruído).
Os criadores do Ello já haviam anunciado anteriormente que vão adotar o modelo de negócio freemium, no qual o acesso ao site é gratuito, mas recursos extras poderão ser pagos. A startup divulgou possuir, atualmente, 14 funcionários nos EUA, mas manteve o número de usuários em sigilo. Por hora, 45.000 pessoas solicitam convites para se cadastrar no serviço.
(Com Estadão Conteúdo)