A IBM divulgou nesta segunda-feira suas previsões para os próximos cinco anos na área de tecnologia. A lista, baseada em pesquisas desenvolvidas pela empresa em todo o mundo, é produzida pela companhia desde 2005. De acordo com o levantamento, a tendência é que os computadores passem a emular os cinco sentidos humanos, tato, visão, audição, paladar e olfato, assim como faz nosso cérebro. Isso será possível graças à computação cognitiva.
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Para Fábio Gandour, cientista chefe da multinacional no Brasil, essa será a terceira era da evolução da computação. “Primeiro desenvolvemos a linguagem com base em algoritmos, depois os softwares e, no futuro, vamos testemunhar o processamento de conhecimento”, explica o especialista, responsável pelos laboratórios da empresa no país.
A grande evolução está na interpretação das informações enviadas por sensores, que hoje já são capazes de captar dados como cheiro, textura e som. “É preciso um conhecimento profundo do cérebro, principalmente no que diz respeito à percepção dos sentidos, para desenvolver essa nova tecnologia”, diz. Os sensores atuais conseguem identificar formas, mas ainda não são capazes de dizer, por exemplo, se uma silhueta pertence a um homem ou a uma mulher. A partir do desenvolvimento da tecnologia de interpretação de dados, o computador processará essa informação e poderá até responder com uma ação.
Quando essa área do conhecimento se desenvolver, um celular poderá reproduzir a textura de um tecido através de uma tela especial. Também será possível usar a tecnologia para identificar quais combinações mais agradam ao paladar de uma pessoa. Por exemplo: um consumidor poderá usar o seu celular para medir o teor de molho de tomate de um sanduíche ou mesmo a concentração de baunilha de um perfume.
Gandour garante que as pesquisas em curso podem revolucionar a forma como interagimos com as máquinas. Através de computadores capazes de captar sinais e interpretar diferentes dados será possível enviar informações a um chip integrado ao cérebro. Isso poderá ser especialmente útil a pessoas que perderam algum dos sentidos. “Em um futuro distante, um deficiente visual poderá enxergar, um deficiente auditivo, escutar e assim por diante”, afirma.