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Cientista americano que criou bateria recarregável morre aos 100 anos

Em 2019, John B. Goodenough ganhou o Prêmio Nobel de Química por desenvolver o equipamento

Por Da Redação 26 jun 2023, 14h16

O cientista americano John B. Goodenough, professor da Universidade do Texas em Austin, conhecido por desenvolver a bateria de íon-lítio, morreu no domingo, 25, aos 100 anos. Sua descoberta levou à revolução sem fio e colocou dispositivos eletrônicos nas mãos de pessoas em todo o mundo. Em 2019, Goodenough ganhou o Prêmio Nobel de Química – dividido com Stanley Whittingham, da Universidade Estadual de Nova York em Binghamton, e Akira Yoshino, da Universidade de Meijo – por seu trabalho com a bateria. Com isso, tornou-se a pessoa mais velha a receber o reconhecimento.

Em 1979, Goodenough identificou e desenvolveu os materiais que fornecem energia necessária para alimentar aparelhos eletrônicos como telefones celulares, laptops e tablets, bem como veículos elétricos e híbridos. Ele e sua equipe descobriram que, usando óxido de cobalto e lítio como cátodo de uma bateria recarregável de íons de lítio, seria possível obter uma alta densidade de energia armazenada com um ânodo diferente do lítio metálico. Essa descoberta levou ao desenvolvimento de materiais à base de carbono que permitem o uso de eletrodos negativos estáveis e gerenciáveis em baterias de íon-lítio.

Nascido em 1922 na Alemanha, Goodenough cresceu no nordeste dos Estados Unidos e frequentou a Groton School em Massachusetts. Em 1944, formou-se bacharel em matemática pela Universidade de Yale. Depois de servir como meteorologista no Exército dos Estados Unidos, Goodenough voltou para fazer mestrado e doutorado, em 1952, ambos em física pela Universidade de Chicago. Na Universidade de Chicago, ele estudou com o Prêmio Nobel Enrico Fermi e John A. Simpson, ambos trabalhando no Projeto Manhattan. Seu orientador de doutorado foi o renomado físico Clarence Zener.

Goodenough começou sua carreira no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em 1952, onde trabalhou por 24 anos e lançou as bases para o desenvolvimento da memória de acesso aleatório (RAM) para o computador digital. Ele emergiu como um pioneiro da física orbital e um dos fundadores da moderna teoria do magnetismo, que ficou conhecida como Regras de Goodenough-Kanamori. Essas regras fornecem uma orientação prática na pesquisa de materiais magnéticos e têm um grande impacto no desenvolvimento de dispositivos em telecomunicações.

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Depois do MIT, Goodenough tornou-se professor e chefe do Laboratório de Química Inorgânica da Universidade de Oxford. Durante esse tempo, ele fez a descoberta do íon de lítio. Ele foi para a UT Austin em 1986, com o objetivo de desenvolver a próxima inovação em baterias e educar os próximos inovadores. Em 1991, a Sony Corp. comercializou a bateria de íons de lítio, para a qual Goodenough forneceu a base para um protótipo. Em 1996, um material de cátodo mais seguro e ecologicamente correto foi descoberto em seu grupo de pesquisa e, em 2020, uma empresa canadense de energia hidrelétrica adquiriu as patentes dessa bateria mais recente.

Aos 90 anos, Goodenough ainda estava trabalhando. “Não se aposente cedo demais!”, costumava dizer. Como nunca teve filhos, freqüentemente doava o dinheiro de seus prêmios para apoiar estudantes e pesquisadores de pós-graduação em engenharia. Entre seus muitos reconhecimentos, incluindo o Prêmio Nobel, ele recebeu a Medalha Nacional de Ciência, o Prêmio Japão, o Prêmio Charles Stark Draper, Medalha Benjamin Franklin, Prêmio Enrico Fermi, Prêmio Robert A. Welch, Medalha Copley e muitos outros. Também é autor de vários livros, incluindo uma autobiografia intitulada Witness to Grace, publicada em 2008.

Goodenough e sua esposa foram casados por mais de 70 anos até a morte dela, em 2016. Seu irmão, Ward, que era antropólogo e professor da Universidade da Pensilvânia, morreu em 2013.

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