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5G causa câncer? As questões (estranhas) que rondam a nova tecnologia

Próxima de ser implementada no Brasil, a poderosa nova geração de rede móvel ainda é cercada por boatos

Por Da Redação 18 out 2019, 18h30

Ao refletir sobre os temores existentes no surgimento de uma tecnologia é possível constatar de que não se trata de uma novidade na história humana. Tome-se por exemplo o carro, quando começou a ocupar as vias urbanas da Inglaterra, na virada do século XIX para o XX. As dúvidas sobre a sua necessidade surgiram imediatamente após ocorrer o primeiro atropelamento, em 1896, mesmo viajando em ritmo menor do que 7 quilômetros por hora. Para alguns daquele tempo, as novíssimas máquinas deveriam ser banidas.

Atualmente, mesmo com o ritmo progressivo e acelerado de evolução das tecnologias ligadas aos computadores e redes de internet, a próxima geração de rede móvel, a 5G, já está na lista de progressos a serem observados com alguma ressalva. No Brasil, o receio sobre os efeitos colaterais da 5G levaram a um projeto de lei em Santa Catarina que queria proibir o desenvolvimento da rede no estado devido aos supostos perigos causados pela tecnologia. De acordo com a justificativa do texto, a nova geração de redes móveis poderia prejudicar a saúde de humanos e animais, inclusive exterminando certas espécies do planeta Terra, como as abelhas.

Tudo não passava de balela. Veja abaixo as razões que tornam essa história uma falácia, junto de outras inverdades sobre o 5G:

O mito: gigahertz podem causar câncer em humanos porque são ondas de alta frequências

As frequências mais altas são na verdade as mais seguras, porque, ao se propagar, não consegue ultrapassar obstáculos físicos, como a pele.

O mito: 5G pode fazer mal à saúde das pessoas e animais (até pássaros)

Não há qualquer indício de que ondas eletromagnéticas, também conhecidas como radiação não ionizante, causem qualquer dano à saúde das pessoas ou animais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que as ondas geradas pela telefonia celular são seguras. A informação de que pássaros haviam morridos por causa do 5g surgiu em novembro de 2018 no site de medicina “alternativa” Health Nut News, que publicou uma notícia relatando que durante um experimento de 5G na cidade de Haia, nos Países Baixos, 150 pássaros morreram repentinamente. Mais tarde foi confirmado que a morte dos pássaros era natural e que não houve teste algum por lá.

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O mito:  o governo vai ter que escolher entre o 5G chinês ou o americano

A tecnologia é uma só. Cada região do mundo usa frequências distintas, mas a mesma rede funciona sobre elas. A escolha pela origem dos fornecedores de infraestrutura, como antenas e rádios é uma decisão das operadoras de telefonia, e não cria uma distinção de nacionalidade da rede. O Brasil tende a seguir o modelo europeu e liberar a frequência 3.5GHz (em uso na Europa, Coréia do Sul e Japão, por exemplo).

O mito: o 5G pode abrir uma porta para hackers e para a espionagem de outras nações

O 5G é considerado mais seguro que o 4G, o 3G e outras tecnologias. Desde a definição das regras que fazem os equipamentos se comunicarem, passando pelo desenvolvimento e fabricação dos produtos. Futuros problemas com invasões tendem a ser por falhas de seguranças em dispositivos e nas redes de empresas, e não numa possível interceptação da rede.

O mito: para conectar uma quantidade ainda maior de dispositivos seria necessária a construção de mais antenas 

As frequências de 3.5GHz é uma frequência alta e por isso permite que os equipamentos sejam pequenos. Ao invés de um equipamento do tamanho de uma geladeira com antenas de mais de 2 metros de altura, como são as utilizadas atualmente e comumente encontradas nos topos dos prédios, os rádios 5G são menores que uma caixa de sapato e ficam escondidos no mobiliário urbano, como em postes, outdoors, telhados e paredes.

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O mito: o Brasil estará entre os últimos países a receber a tecnologia

No Brasil, a ANATEL vai realizar o leilão das frequências 5G no primeiro semestre de 2020 e é esperado que as primeiras redes estejam em funcionamento até o final do ano. Isso significa que a adoção da tecnologia no país será quase no mesmo ritmo que o na Europa, na Ásia e na América do Norte. No 4G, levou mais de 4 anos dentre o lançamento na Europa, e a tecnologia aterrissar no Brasil.

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