As internações de bebês e crianças de até 4 anos por infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR), causador da bronquiolite, continua em alta no país, segundo o último boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A análise do período de 2 a 8 deste mês apontou que, nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência de resultados positivos para o VSR foi de 47,2%. O balanço de 19 a 25 de março indicava um índice de 36,2% e, no início do mês passado, estava em 26,8%.
Apesar de ainda estar relacionado à alta de internações entre crianças pequenas, o vírus iniciou um processo de queda em estados da metade sul do país, de acordo com a entidade. Mesmo assim, é preciso manter cuidados para evitar infecções.
“Neste período de aumento é aconselhável evitar ir à creche, escola ou trabalho quando estiver com sintomas gripais. Não sendo possível a ausência, usar boas máscaras (KN95, N95 ou PFF2) no trajeto e local das atividades. Assim a gente diminui a circulação de vírus respiratórios”, diz o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Normalmente associada aos períodos mais frios do ano, como no inverno, a infecção tem afetado as crianças pequenas desde o fim do ano passado, indicando uma mudança na sazonalidade do vírus. Especialistas também associam os casos à retomada da circulação das pessoas em ambientes fechados e sem usar máscaras após o aumento da população vacinada contra a Covid-19.
A bronquiolite pode levar a quadros graves e até causar a morte de pacientes com menos de 2 anos, principalmente os prematuros e aqueles que vivem com doenças crônicas, como problemas cardiovasculares.
Sintomas da bronquiolite e como evitar a doença
O vírus causa infecções das vias respiratórias e dos pulmões, podendo levar ainda a quadros de pneumonia. Em episódios de bronquiolite, há febre baixa, dor de garganta, dor de cabeça e secreção nasal.
Os pais devem ficar atentos se a criança começar a apresentar febre alta, tosse persistente, dificuldade para respirar, chiado no peito, além de lábios e unhas arroxeados. Nesses casos, é importante buscar auxílio médico para verificar a necessidade de internação.
Até o momento, não há vacina nem tratamento para a doença respiratória. No ano passado, a farmacêutica Pfizer informou que sua candidata a vacina demonstrou eficácia de 81,8% para proteger os bebês nos primeiros três meses de vida em ensaios de fase 3 com gestantes que receberam a dose. Até os seis meses, a eficácia foi de 69,4%.
A recomendação para proteger os bebês e crianças é manter as mãos deles higienizadas e não mandar os filhos para a escola se eles estiverem doentes. E adultos com sintomas de doenças respiratórias não devem entrar em contato com os pequenos.