Apesar de a campanha nacional de vacinação contra a poliomielite ter acabado na última sexta-feira, o Ministério da Saúde recomenda que os estados e municípios brasileiros que não atingiram a meta da ação continuem com as mobilizações para incentivar a imunização até o dia 5 de julho. O público-alvo da vacinação, que previne a paralisia infantil, são crianças de seis meses a cinco anos de idade.
O objetivo da campanha deste ano era vacinar 95% do público-alvo, o que corresponde a 12,2 milhões de crianças. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde, 87,6% desse público, ou 11,3 milhões de crianças, foi imunizado até agora.
Apenas dois estados brasileiros já atingiram a meta da campanha: Acre (97,3%) e Roraima (96,7%). Também estão entre os estados que vacinaram Rondônia (94,8%); Santa Catarina (93,6%); Rio de Janeiro (93,5%) e Goiás (93,5). A menor cobertura ocorreu no Amapá (65,6%).
De acordo com o Ministério da Saúde, esses dados são preliminares e foram obtidos por informações fornecidas pelas secretarias de saúde até a manhã desta sexta-feira. Para Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) da pasta, somente quando os dados forem consolidados é que será possível traçar um panorama da campanha. Ela considera que, por enquanto, os números são satisfatórios, mesmo que a meta da campanha não tenha sido atingida.
Paralisia infantil – Causada por um vírus, a poliomielite atinge com mais frequência crianças de até cinco anos, podendo causar paralisia e levar à morte. Transmitido por via fecal-oral, o vírus tem uma incidência maior em países com baixos índices de condições sanitárias e higiene. Não existe tratamento para a doença, mas a prevenção por meio da vacina garante imunidade contra o problema. Segundo o Ministério, mesmo as crianças que estejam com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia podem receber as gotinhas da vacina.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil não registra um caso de poliomielite desde 1989 e, desde 1994, mantém o certificado emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de erradicação. Mesmo assim, é importante que a vacinação seja mantida, já que o vírus ainda circula ao redor do mundo. Entre 2011 e 2012, 16 países registraram casos da doença. Neste ano, até o dia 22 de maio, foram 32 casos – oito no Paquistão, 22 na Nigéria e dois no Afeganistão.
“Quem ainda não conseguiu levar o filho para tomar as duas gotinhas deve procurar qualquer unidade de saúde. É importante a conscientização dos pais sobre a importância desta imunização para que possamos manter o Brasil livre da pólio”, diz Carla.