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Uso de multivitamínicos na gravidez é inútil, diz pesquisa

Tomar suplementos multivitamínicos durante a gestação não traz benefícios para a saúde da mãe e nem do bebê - exceto no caso de ácido fólico e da vitamina D

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 22h36 - Publicado em 13 jul 2016, 16h26

Tomar multivitamínicos durante a gravidez é um desperdício de dinheiro. É o que sugere um estudo publicado recentemente na revista eletrônica especializada Drug and Therapeutics Bulletin. Segundo o levantamento, os suplementos não trazem benefícios para a saúde da gestante e nem para o feto.

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores analisaram estudos já realizados sobre o efeito dos suplementos multivitamínicos, que geralmente contêm uma combinação de 20 vitaminas e minerais, como B1, B2, B3, B6, B12, C, D, E, K, ácido fólico, iodo, magnésio, ferro, cobre, zinco e selênio, na saúde das mães e de seus bebês. Os autores também analisaram estudos já publicados sobre os potenciais benefícios de vitaminas e minerais individuais, como ácido fólico, vitamina D, ferro, vitaminas C, E e A.

Os resultados mostraram que os multivitamínicos não melhoram – nem pioram a saúde das gestantes e dos fetos. A vitamina D e o ácido fólico, por outro lado, tiveram resultados positivos. Segundo os autores, o consumo de 400 mg de ácido fólico por dia pode proteger o feto contra anomalias no cérebro e na coluna vertebral. Além disso, uma dose diária de 10 mg de vitamina D é recomendada para que mãe e bebê tenham ossos saudáveis. É preciso tomar cuidado, entretanto, com o excesso de vitamina A, por exemplo, que pode causar danos ao feto.

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Segundo os autores, as gestantes são bombardeadas com o marketing sobre os supostos benefícios dos suplementos vitamínicos para a saúde.  Entre as vantagens estão a proteção contra diversos problemas de saúde causados pela deficiência destes nutrientes como pré-eclâmpsia, crescimento fetal restrito, deformidades no esqueleto do feto, além de baixo peso, defeitos cerebrais e na coluna vertebral ao nascer.

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Entretanto, de acordo com os autores, todos estes problemas podem ser evitados com uma dieta balanceada e saudável que forneça todas as vitaminas e minerais necessários. “Mulheres grávidas podem se sentir coagidas a comprar suplementos multivitamínicos caros, mas elas precisam resistir ao marketing das empresas. Os únicos suplementos recomendados para todas as mulheres durante a gravidez são ácido fólico e vitamina D, disponíveis a custos relativamente baixos”, diz o estudo.

Atualmente, o Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas (Acog, na sigla em inglês) recomenda que as mulheres grávidas sigam uma dieta balanceada que inclua cinco grupos de alimentos: grãos, frutas, vegetais, proteínas e laticínios. O Acog ressalta também que gestantes precisam de mais ácido fólico e ferro do que mulheres que não estão grávidas.

Alguns especialistas e entidades que representam a indústria dos suplementos alimentares contestaram os resultados da pesquisa atual. Eles argumentam que existe uma proporção significativa de mulheres que não obtêm a quantidade suficiente de nutrientes apenas com a alimentação. Os autores ressaltaram ainda que nenhuma suplementação deve ser realizada sem a orientação de um especialista.

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