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Excesso de ácido fólico na gravidez dobra risco de autismo

De acordo com um novo estudo, embora o nutriente seja importante para o desenvolvimento do feto, a ingestão precisa ser na dose certa

Por Da Redação
13 Maio 2016, 16h43

Excesso de ácido fólico na gestação pode aumentar em até duas vezes o risco de autismo na criança. A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, apresentado nesta sexta-feira durante o Encontro Internacional para Pesquisa sobre Autismo de 2016, em Baltimore.

A ingestão de folato – uma vitamina B, encontrada em alimentos como brócolis, feijão e tomate – ou de ácido fólico – sua versão sintética – é aconselhada por especialistas principalmente no primeiro trimestre da gravidez, pois a substância estimula o desenvolvimento neurológico do feto. Entretanto, no novo estudo, os cientistas encontraram níveis de folato quatro vezes mais altos do que o adequado nas mães de crianças com autismo logo após darem à luz. Esse excesso foi relacionado ao transtorno.

Sabe-se que ingestão dessa vitamina pode reduzir em até 75% o risco de má formação no tubo neural do feto, o que previne diversos problemas neurológicos, como anencefalia, paralisia de membros inferiores, incontinência urinária e intestinal, retardo mental e dificuldades de aprendizagem. As autoridades de saúde dos Estados Unidos e o Conselho Federal de Medicina (CFM) no Brasil recomendam a ingestão de 400 microgramas por dia da substância neste período da gestação.

“A suplementação adequada é protetora: isso ainda é o caso com o ácido fólico e o folato em geral. Sabemos há muito tempo que a deficiência de folato em mulheres grávidas é prejudicial para o desenvolvimento dos filhos, mas o que esse novo estudo nos diz é que quantidades excessivas também podem causar danos. Nós devemos buscar níveis ideais deste importante nutriente”, disse Daniele Fallin, uma das autoras do estudo.

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Pesquisa – Para chegar a estes resultados, os pesquisadores acompanharam 1.391 crianças desde o seu nascimento, de 1998 até 2013, e mediram os níveis de folato no sangue das mães logo após o parto.

Ao longo deste período, 100 crianças foram diagnosticadas com algum tipo de autismo e os resultados das análises sanguíneas mostraram que 10% das mães tinham uma quantidade considerada excessiva de ácido fólico, e 6% tinham uma quantidade excessiva de vitamina B12.

Estudos anteriores mostraram que altos níveis de vitamina B12 podem ser prejudiciais em grávidas, triplicando o risco de o feto desenvolver autismo. Assim, de acordo com o novo estudo, se ambos os nutrientes – folato e vitamina B12 – estiverem em excesso, o risco de uma criança desenvolver a doença aumenta 17,6 vezes.

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A maioria das mães que participaram do estudo admitiu ter tomado multivitamínicos, o que incluía ácido fólico e vitamina B12, durante a gestação. Mas os pesquisadores não souberam explicar o porquê apenas algumas delas tinham níveis tão elevados das substâncias no sangue.

Algumas hipóteses levantadas sugerem que, além de comer muitas frutas e vegetais ricas em folato, essas mulheres também tenham consumido alimentos fortificados com ácido fólico ou suplementos em excesso. Ou ainda, pode ser que algumas delas sejam geneticamente predispostas a absorver maiores quantidades da substância ou metabolizá-la de forma mais lenta. Ou até uma combinação dos dois fatores.

Apesar dos resultados, os autores recomendam que mulheres grávidas continuem ingerindo maiores quantidades de folato ou ácido fólico principalmente durante o primeiro trimestre da gestação. “O que precisamos descobrir agora é se deve haver recomendações adicionais sobre qual é a dose ideal desse nutriente durante toda a gestação”, afirmou Ramkripa Raghavan, uma das autoras da pesquisa, ressaltando a necessidade de mais pesquisas.

(Da redação)

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