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Uso contínuo de remédio para azia está associado à demência, diz estudo

Equipe de cientistas americanos examinou dados de mais de 5,7 mil participantes, com média de idade de 75 anos

Por Diego Alejandro
Atualizado em 30 ago 2023, 13h04 - Publicado em 30 ago 2023, 12h58

O uso prolongado de certos medicamentos para tratar azia, queimação e distúrbios relacionados ao ácido gástrico, como o refluxo, está associado a um maior risco de desenvolver demência, mostra uma nova pesquisa publicada na revista Neurology.

A equipe de cientistas americanos examinou dados de mais de 5,7 mil participantes, com média de idade de 75 anos, que inicialmente não tinham demência e descobriu que aqueles que tomaram inibidores da bomba de prótons por cerca de 4 anos e meio ou mais tiveram um risco 33% maior de desenvolver demência do que aqueles que não tomaram os remédios. Não se levou em consideração os que faziam uso de medicamentos de venda livre não prescritos por um profissional de saúde.

Os inibidores da bomba de prótons (IBPs) são atualmente a classe de medicamentos mais utilizada no mundo, incluindo o omeprazol, esomeprazol, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol e dexlansoprazol. Eles atuam bloqueando a etapa final de liberação do ácido gástrico e são amplamente usados para controlar os sintomas de refluxo ácido e uma forma mais grave chamada doença do refluxo gastroesofágico, ou DRGE, na qual o conteúdo do estômago volta para o esôfago. 

“Existem algumas evidências humanas de que o uso de IBP pode predispor à deficiência de vitamina B12, o que pode estar associada ao declínio cognitivo”, explicou Pamela Lutsey, professora de epidemiologia e saúde comunitária na Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, e coautora do estudo. “Além disso, modelos de camundongos sugeriram que o uso de IBP pode prejudicar o metabolismo amilóide, aumentando os níveis de beta-amilóide no cérebro e alterações no microbioma intestinal, o que também pode afetar a saúde cognitiva”.

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Investigações anteriores também mostraram uma possível ligação entre o uso contínuo de IBP e um maior risco de acidente vascular cerebral, fraturas ósseas e doença renal crônica.  O estudo de agora, entretanto, não afirmou que esses medicamentos causam demência – apenas que houve uma associação entre o uso dos medicamentos a longo prazo e um risco maior de desenvolver problemas cognitivos. 

“Os pacientes que tomam esses medicamentos devem conversar com seu médico antes de fazer qualquer alteração para discutir o melhor tratamento”, disse Kamakshi Lakshminarayan, autor sênior do estudo e professor de neurologia na Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota. “Interromper essas drogas abruptamente pode resultar em sintomas piores”, finalizou. 

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