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Covid-19: Pílula anticoncepcional reduz o risco grave, diz estudo

De acordo com a análise da King's College de Londres, o estrogênio desempenha papel crucial na proteção contra o novo coronavírus

Por Da redação
Atualizado em 23 dez 2020, 12h58 - Publicado em 4 ago 2020, 16h05

Mulheres que tomam pílula anticoncepcional têm menos probabilidade de desenvolver Covid-19 grave. A conclusão é de um estudo feito pela universidade King’s College London. De acordo com os pesquisadores, o estrogênio desempenha papel crucial na proteção contra o novo coronavírus, o que também ajuda a explicar por que os homens são mais afetados pela doença.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de mais de meio milhão de mulheres que utilizaram o aplicativo Covid Symptom Study durante os meses de maio e junho. O aplicativo foi desenvolvido pela King’s College para rastrear pessoas com a doença.

Os resultados mostraram que aquelas que tomavam pílula anticoncepcional oral combinada tinham, em média, um risco 13% menor de desenvolver sintomas graves, segundo informações do jornal britânico The Telegraph. Por outro lado, mulheres na pós-menopausa apresentavam um risco 22% maior do que aquelas na pré-menopausa. Aquelas na faixa etária de 45 a 50 anos apresentaram maior risco e relataram sintomas como perda de olfato, febre e tosse persistente. A necessidade de tratamento com oxigênio no hospital também foi significativa neste grupo.

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“Nós supúnhamos que mulheres na pré-menopausa, com níveis mais altos de estrogênio, teriam Covid-19 menos grave quando comparadas a mulheres da mesma idade e IMC [índice de massa corporal] que passaram pela menopausa, e nossas descobertas confirmaram isso. Além disso, quando comparamos um grupo mais jovem de mulheres que usavam de pílula anticoncepcional combinada com um grupo semelhante que não tomava o medicamento, as mulheres do primeiro grupo tinham Covid-19 menos grave, sugerindo que os hormônios presente na pílula podem oferecer alguma proteção contra a Covid-19″, disse Karla Lee, que co-liderou o novo estudo, ao The Telegraph.

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A principal hipótese para explicar essa associação é que o hormônio feminino estrogênio estimula uma resposta imunológica mais vigorosa, aumentando a quantidade de células imunes produzidas e no quão bem essas células respondem à infecção. Esse hormônio está presente em proporções mais altas nas mulheres do que nos homens. E faz parte das pílulas combinadas, portanto, mulheres que tomam esse tipo de medicamento possuem quantidades ainda mais altas de estrogênio.

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O hormônio também é mais abundante nas mulheres antes da menopausa, quando há uma queda brusca dos níveis de estrogênio no organismo feminino. Já a testosterona, hormônio presente em maior quantidade nos homens, está associado à supressão do sistema imunológico.

Na Inglaterra e no País de Gales, 55% do total de vítimas de Covid-19 são homens. A tendência se repete em outro lugares do mundo, incluindo o Brasil. Por aqui, 58,2% das vítimas fatais são do sexo masculino. Desde o início da pandemia cientistas buscam decifrar por que homens morrem mais do que mulheres apesar do vírus infectar ambos os sexos praticamente na mesma proporção. Pesquisas anteriores já haviam associado a questão a um possível efeito protetivo do estrogênio.

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De acordo com informações do The Telegraph, estudos anteriores já haviam mostrado o potencial protetivo do estrogênio em infecções causadas por outros vírus respiratórios graves, como Sars e Mers. No entanto, a pesquisa do King’s College é a primeira a estabelecer o vínculo com a Covid-19.

Maior risco de coágulo

Se o estrogênio pode ter um efeito protetor contra sintomas graves da Covid-19, uma pesquisa publicada pelo Maine Medical Center em julho alerta para o aumento do risco da formação de coágulos sanguíneos em decorrência da doença em mulheres que tomam pílula. O uso de contraceptivos orais já é comumente associado ao aumento da probabilidade de trombose.

A Covid-19 é uma doença sistêmica, cujos efeitos vão muito além do pulmão e trato respiratório. Recentemente, diversos estudos mostraram que a doença aumenta a formação de coágulos nas veias, aumentando o risco de trombose, problema que causou a morte do jornalista e apresentador Rodrigo Rodrigues.

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