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Tecnologia é capaz de detectar 17 doenças pela respiração

Dispositivo desenvolvido por pesquisadores de Israel identificou doenças, como Parkinson e cânceres com 86% de precisão

Por da Redação
Atualizado em 8 nov 2017, 16h18 - Publicado em 7 nov 2017, 21h32

Uma tecnologia experimental que vem sendo desenvolvida desde 2007 mostrou-se capaz de identificar a composição química da respiração de uma pessoa por meio de uma baforada e, com isso, rastrear 17 doenças. O feito foi divulgado por pesquisadores do Instituto Technion, de Israel.

O mecanismo de ação se dá pelo fato de a tecnologia chamada de ‘Na-Nose’ utilizar nano-raios para analisar a respiração. Assim, de acordo com os primeiros estudos, tornou-se capaz de identificar com 86% de precisão doenças como de Parkinson, vários tipos de câncer, insuficiência renal, esclerose múltipla e doença de Crohn (doença inflamatória do trato gastrointestinal).

Entre as explicações para tamanha acurácia, acredita-se que cada um de nós tenha uma “impressão digital” química única. Fora isso, os cientistas explicaram que cada doença também possui uma assinatura química particular e que pode ser detectada em nossa respiração.

A tecnologia ‘Na-Nose’, que consiste em uma câmara de sensor com tubo respiratório e software, seria capaz de detectar esta química precisa da doença, interpretando o impacto na nossa impressão química usual. E, ao contrário da maioria dos exames, incluindo exames de sangue padrão, a tecnologia de análise de respiração não é invasiva — um benefício que a maioria dos pacientes apreciaria.

“Eu diria que nossa tecnologia, em muitos casos, é equivalente à precisão da tecnologia invasiva atualmente disponível”, disse Hossam Haick, líder dos estudos.  “Para algumas doenças, incluindo o câncer gástrico, a ‘Na-Nose’ tem uma taxa de precisão até maior do que atualmente as tecnologias disponíveis”, acrescentou.  O pesquisador também revelou que o estudo subjacente foi licenciado por sete empresas, na esperança de criar um produto comercial. Ele espera que as empresas, cada uma especializadas em uma aplicação diferente, traduzam a ciência e a tecnologia do laboratório para a produção em massa.

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Cães, moscas e ratos
Embora ‘Na-Nose’ possa parecer revolucionário, diagnósticos através de cheiro datam da antiguidade.

“Sabe-se que os gregos antigos já detectavam certas doenças através do hálito e cheio presente na urina”, disse o Dr. Mangilal Agarwal, diretor do Instituto Integrado de Desenvolvimento de Nanosistemas, e professor associado do Centro Médico Richard L. Roudebush, em Indianápolis, nos Estados Unidos. O médico, que não esteve envolvido no projeto, adiantou que os pesquisadores do instituto já trabalham em uma série de projetos de diferentes formas de diagnóstico de doenças, incluindo hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue), câncer de próstata e câncer de mama.

“Toda respiração é caracterizada por cheiros ou biomarcadores voláteis necessários para identificar muitas doenças”, disse ele. “Nós sabemos disso porque hoje, cães treinados são capazes de detectar hipoglicemia e crises epilépticas, certos tipos de câncer, moscas que fazem o mesmo, além de ratos que foram capazes de detectar mostras de secreções humanas que continham bactérias causadoras de tuberculose, na África”

Pesquisas similares estão sendo realizadas em Espanha, Letônia, Bélgica, Inglaterra, Itália e vários cantos dos Estados Unidos.

“O diagnóstico rápido pode ajudar a identificar a resposta de tratamento mais adequada”, afirmou Agarwal. Mas rapidamente fez uma observação: “As reivindicações de alta precisão do grupo de pesquisa de Haick são muito razoáveis, se o resultado não for mascarado, de alguma forma, por influências ambientais”, disse Agarwal.

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Mais testes são necessários
Dr. George Preti, pesquisador da faculdade do Monell Chemical Senses Center, instituto científico sem fins lucrativos na Filadélfia, disse que é difícil distinguir fatores químicos do corpo, de substâncias químicas ambientas durante a respiração, pois “a maioria dos compostos detectados na respiração também são detectados no ambiente, e seus níveis são semelhantes “.

Até que os cientistas “compreendam a origem e as vias bioquímicas que conduzem a ‘marcadores naturais’ na respiração humana, relacionados à doenças, resultados 100% confiáveis ​​diagnosticados por um teste respiratório ainda é difícil de alcançar”, afirmou ele, em revisão recente do estudo.

Para a Lisa Spacek, assistente adjunta da Johns Hopkins School of Medicine e Terence Risby,e professora emérito na Universidade Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, de fato são necessários mais testes e estudos antes que tecnologias como estas sejam efetivamente comercializadas.

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