Adolescentes que têm melhor desempenho no ensino médio têm maior probabilidade de sair de casa. A conclusão é de um estudo apresentado na segunda-feira durante o encontro anual da Associação Americana de Sociologia, realizado em Seattle, nos Estados Unidos.
Para chegar a tal resultado, pesquisadores da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos, acompanharam 14.825 pessoas desde o segundo ano do ensino médio até completarem cerca de 50 anos. Durante esse período, os participantes responderam quatro vezes, em épocas diferentes, a questionários que buscavam analisar se as habilidades cognitivas, o desempenho escolar e a preparação para a universidade influenciavam aonde eles iriam morar e trabalhar entre o ensino médio e a meia idade.
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Os resultados mostraram que, em geral, 36% dos participantes se mudaram durante o estudo. Aqueles que frequentavam aulas de matemática avançada, tiravam maiores notas e tinham melhor desempenho no ensino médio tinham maior probabilidade de se mudar para locais cujos mercados de trabalho apresentavam maior concentração de pessoas com nível superior completo. Os participantes que terminaram uma graduação também tendiam a mudar-se para esses mercados.
Já aqueles que, durante o ensino médio, acreditavam que poderiam controlar seu próprio destino também tinham maior probabilidade de se mudar, mas não necessariamente para lugares com maior concentração de pessoas com nível superior.
De acordo com os autores, esses resultados corroboram para a hipótese de que “atualmente, oportunidade e migração estão relacionadas à educação e a habilidades cognitivas”.