O Ministério da Saúde divulgou na noite desta segunda-feira, 1º, uma nota técnica com orientações para que gestantes, puérperas e lactantes evitem infecções por monkeypox, mais conhecida como varíola dos macacos, e recomendou que as mulheres usem máscaras em ambientes com possibilidade de presença de pessoas infectadas e que usem camisinha em todas as relações sexuais. A forma mais conhecida de infecção pela doença é por contato com as lesões ou gotículas, mas a transmissão por fluidos é investigada.
A pasta orienta que o grupo evite o contato com pessoas com sintomas da doença, como febre e lesões na pele e nas mucosas. Além do uso do preservativo, a indicação é para observar se o parceiro ou parceira apresenta lesões na região genital. Nesse caso, o contato não deve ser mantido.
Caso tenham sido expostas ao vírus e estejam assintomáticas, elas devem buscar assistência médica e realizar o teste para identificação do vírus. Se o resultado for positivo, a recomendação é fazer o isolamento domiciliar, sem receber visitas, por 21 dias e sempre monitorando a temperatura e o aparecimento de pústulas na pele.
Segundo o ministério, grávidas com quadros moderados, graves e críticos têm indicação para internação hospitalar. Neste cenário, o monitoramento do feto “deve ser cuidadoso” por causa do risco maior de morte do bebê. em vista da constatação de maior morbimortalidade do concepto nestes casos. “A via e o momento do parto têm indicação obstétrica e a cesárea como rotina não está indicada nestes casos; o aleitamento deve ser analisado de acordo com o quadro clínico cada caso específico”, informou, em nota, o Ministério da Saúde.
Nesta sexta-feira, 29, o Ministério da Saúde confirmou a primeira morte pela doença no Brasil. O paciente, de 41 anos, era do sexo masculino e imunossuprimido. Ele era diagnosticado com linfoma e morreu em Belo Horizonte (BH).
No mesmo dia, a pasta ativou o Centro de Operação de Emergências (COE) para elaborar o Plano de Contingência do surto. Com a ativação do COE, o ministério vai elaborar estratégias para combater a doença com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fiocruz. Na semana passada, a pasta anunciou que as primeiras doses da vacina contra a doença podem chegar ao país em setembro.
A varíola dos macacos foi considerada uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC, na sigla em inglês) pela OMS e contabiliza mais de 23 mil casos no mundo.
Monkeypox
Descoberta em 1958, a monkeypox (varíola dos macacos) recebeu esse nome por ter sido observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. Ela circula principalmente entre roedores, e humanos podem se infectar com o consumo da carne, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles.
Entre os sintomas, estão: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. A erupção cutânea começa geralmente no rosto e, depois, se espalha para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés. Antes do surto, a doença era considerada endêmica em países da África central e ocidental, como República Democrática do Congo e Nigéria.
Análises preliminares sobre os primeiros casos do surto na Europa e na América do Norte demonstraram que o vírus foi detectado por serviços de cuidados primários ou de saúde sexual e os principais pacientes eram homens que fazem sexo com homens. No entanto, a OMS já alertou que esta não é uma doença que afeta grupos específicos e que qualquer pessoa pode contraí-la se tiver contato próximo com alguém infectado.