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Sarampo: Roraima divulga sete casos suspeitos da doença

Após infecção de bebê venezuelana, Saúde do Estado revisa 20 mil prontuários médicos. Na Europa, os casos aumentaram 400%

Por da Redação
Atualizado em 20 fev 2018, 21h27 - Publicado em 20 fev 2018, 20h56
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  • A Secretaria Estadual de Saúde de Roraima divulgou nesta terça-feira que sete casos suspeitos de sarampo estão sob investigação — entre eles, cinco meninos e duas meninas, uma delas brasileira; todas na faixa etária de 7 meses e 10 anos e residentes da capital Boa Vista. Nenhuma havia tomado vacina.

    Após a confirmação da doença em uma menina venezuelana de 1 ano na quarta-feira passada, profissionais de saúde realizaram mutirão para vacinar os estrangeiros alojados em abrigos de Boa Vista.  Cerca de duas mil doses foram disponibilizadas pela Secretaria Estadual de Saúde.

    A confirmação foi realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que aguarda as demais possíveis amostras contaminadas, que serão encaminhadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima.

    Caracterizado como doença infecciosa viral e extremamente contagiosa, os principais sintomas do sarampo são febre alta, manchas avermelhadas, tosse e olhos irritados, que aparecem entre o 10 e 14 dia após a exposição.

    O sarampo estava erradicado no Brasil desde 2015 e as autoridades já temiam o retorno da doença após o aumento da migração. A Venezuela enfrenta um surto de sarampo, aliada a uma crise política e econômica.

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    Vacinação
    O Ministério da Saúde confirmou que vai enviar ao estado um lote extra de 80 mil doses da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), totalizando 84 mil doses repassadas em 2018. Por meio de nota, o ministério informou que enviou uma equipe a Roraima para auxiliar no planejamento de atividades de investigação e de imunização contra o sarampo.

    A previsão é que, ainda nesta semana, o governo federal realize treinamento para profissionais de saúde do estado e da capital sobre aspectos gerais da doença e ações de vigilância epidemiológica a serem implementadas.

    Cartão de vacina
    Atualmente, o Brasil não exige cartão de vacinação contra o sarampo para a entrada de estrangeiros no país – apenas recomenda a prevenção contra a doença de acordo com as normas de seu país antes da viagem.

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    “A Opas e o Comitê Internacional de Especialistas para a Eliminação do Sarampo e da Rubéola recomendam a todos os países das Américas que fortaleçam a vigilância ativa e mantenham a imunidade da população por meio da vacinação”, concluiu o ministério.

    Pânico na Europa
    A Europa viu o número de casos de sarampo aumentarem 400% em 2017, em comparação com o ano anterior, divulgou a Organização Mundial da Saúde (OMS), classificando a situação como uma “tragédia” na saúde pública.  Após uma baixa recorde em 2016, com 5.273 casos, o índice saltou para mais de 20 mil. Destes, 35 morreram.

    Quinze países da Europa estão incluídos no surto. A Romênia lidera, com 5.562 ocorrências — número que supera o total de casos em todo o continente no ano de 2016. Em seguida, vem a Itália, com 5.006 pessoas afetadas. A Ucrânia ocupa o terceiro lugar desse ranking, com 4.767 casos.

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    Segundo especialistas, parte do problema é causado por pessoas que evitam a vacinação, formando o chamado movimento antivacina.

    A médica húngara Zsuzsanna Jakab, vinculada à OMS, destacou que esse movimento prejudica muito aqueles cidadãos que não podem se vacinar por conta de alguma doença imunossupressora ou de já terem sido transplantados, por exemplo. Quanto menos indivíduos vacinados, menos a população como um todo estará protegida.

    Toda nova pessoa afetada pelo sarampo na Europa nos lembra que crianças e adultos não vacinados, independentemente de onde vivem, correm o risco de contrair a doença e espalhá-la para outros que não podem se vacinar (por conta de alguma condição de saúde), disse ela.

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    De acordo com a OMS, houve diminuição da cobertura geral de imunização de rotina ao longo do ano passado no continente europeu.

    Segundo a rede britânica “BBC”, o problema continua este ano: até final de janeiro de 2018, havia 51 casos confirmados em West Midlands, região no Centro da Inglaterra que inclui as cidades de Birmingham, Wolverhampton e Coventry.

    Com Agência Brasil e BBC

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