Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Saiba quando o café faz bem ou faz mal ao coração

Estudo do InCor mostra efeitos de grãos puros ou misturados, e seus benefícios e malefícios

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 out 2022, 12h16

Um estudo publicado no Journal of Clinical Medicine por pesquisadores do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP) revela que certos tipos de grãos de café e a combinação entre eles podem afetar a saúde de diferentes maneiras, além de ainda acionar uma proteína do bem no organismo.

Realizado na Unidade de Pesquisa Café-Coração do InCor, a pesquisa é a primeira a avaliar e comparar dois tipos de grãos mais consumidos no Brasil, o arábica e o robusta, e seus efeitos quando misturados. As análises identificaram que, independentemente do grão, o consumo aumentou a concentração no sangue da sirtuína-1, uma proteína natural conhecida como “gene da longevidade”, que pode ajudar a reduzir o envelhecimento celular e o risco de doenças crônicas.

“Os resultados indicam que o consumo do grão arábica e do robusta aumenta a expressão da sirtuína-1″, afirma Luiz Antonio Machado César, diretor da Unidade de Coronariopatia Crônica do InCor. “Mas também sugerem que a mistura dos dois aumentou os níveis de colesterol HDL e LDL no sangue, um fator que pode aumentar o risco cardiovascular”, alerta.

De acordo com o médico, o motivo pelo qual o café misturado aumentou a taxa total de HDL e especialmente LDL no sangue pode ser atribuída às gorduras do produto, como o cafestol e o cafeol. “Os resultados sugerem que o ideal é dar preferência ao café arábica pelos melhores benefícios cardiometabólicos do grão”, diz.

O estudo do Incor acompanhou 53 adultos saudáveis, ​​de ambos os sexos, que ingeriram uma quantidade diária de 450 mL a 600 mL, cerca de 3 a 4 xícaras de café arábica puro e do café misturado (80% arábica e 20% robusta), durante oito semanas. Foram comparadas amostras do sangue do grupo que consumiu café puro e do que tomou misturado, levando em conta os índices de colesterol total, LDL-c e HDL-c, lipídios e homocisteína, um aminoácido relacionado a doenças cardiovasculares como AVC, infarto, doença coronariana e trombose.

Continua após a publicidade

A concentração de café utilizado para o estudo foi 15g por 150 ml de água para o processo de filtração, método escolhido por manter as propriedades do grão durante o preparo e reduzir os níveis de diterpeno (substância que aumenta o nível de gordura no sangue). Durante o estudo, os participantes foram orientados a não consumir alimentos como cacau, guaraná, chocolate e chá, devido à existência de cafeína nesses produtos.

Sobre o café, é bom ressaltar que não contém apenas ou principalmente cafeína. Na verdade, ela representa 1% a 2,5% dos componentes, menos do que outras substâncias que podem ser mais importantes para o organismo humano como os 19 tipos de minerais (potássio, magnésio, cálcio, sódio, ferro, manganês, zinco etc.), 16 aminoácidos, lipídeos, como os triglicerídeos, ácidos graxos livres e açúcares, além da niacina, vitamina do complexo B.

O café traz ainda em sua composição ácidos clorogênicos, que formam vários outros compostos durante a sua torra, entre eles, os quinídeos, que afetam a área das emoções no cérebro e que, quando em descompasso, leva ao desejo excessivo pela autogratificação, insatisfação e depressão, gatilhos para o consumo de cigarro, álcool e drogas ilegais.

Apenas a cafeína é termo-estável, ou seja, não é destruída com a torrefação excessiva. As demais substâncias, como aminoácidos, açúcares, lipídeos, niacina e os ácidos clorogênicos são preservadas, formadas ou destruídas durante o processo de torra. O café com torra ideal é aquele que tem a cor marrom (claro ou escuro) como o chocolate. Já o preto, torrado em excesso, possui apenas a cafeína e grande quantidade de cinzas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.