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Remédio encontra vírus do HIV que está inativo no corpo

Procedimento é um passo importante na busca pela cura da doença

Por Da Redação
25 jul 2012, 16h40
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  • Um medicamento usado para tratar alguns tipos de câncer do sistema linfático (linfomas) consegue desalojar os vírus HIV escondidos no organismo de pacientes em tratamento com antirretrovirais. A pesquisa, publicada na revista Nature por cientistas da Universidade da Carolina do Norte, é um importante passo na direção da cura da aids.

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    Opinião do especialista

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    Caio RosenthalInfectologista do Instituto Emílio Ribas

    “Depois de tratar os pacientes com antirretrovirais, é comum fazermos exames de sangue e não detectarmos mais sinais do HIV. O paciente costuma ficar feliz, mas o vírus ainda está lá, escondido em nichos que não são alcançados pelos remédios. São pequenos nichos onde eles ficam dormentes e não temos como saber qual o grau de infecção. Esse medicamento inova no sentido de alcançar o vírus onde os antirretrovirais não conseguem, ele vem combater essa deficiência. Podemos ter condições de esterilizar o paciente de fato.

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    “Defender que esse estudo pode ajudar a alcançarmos a cura da Aids não é sensacionalismo.”

    Durante o tratamento com uso de antirretrovirais, um dos principais motivos pelos quais as infecções reemergem depois que se para com a medicação é a existência de vírus adormecidos no sistema imunológico. Essas reservas, que se matêm escondidas no organismo, passam despercebidas pelas drogas antirretrovirais. Assim, quando o tratamento é interrompido, esses vírus voltam a se proliferar e a infectar o organismo. Conseguir encontrar e atacar esses vírus latentes pode ser um dos primeiros passos no desenvolvimento de terapias que levem à cura da doença.

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    Pesquisa – Na tentativa de encontrar mecanismos que levassem à descoberta das reservas latentes do vírus, os pesquisadores norte-americanos fizerem uma série de experimentos de avaliação do potencial da droga vorinostat para ativar e atacar os vírus dormentes. O remédio é um inibidor da enzima histona desacetilase, e é usado originalmente para tratar alguns tipos de linfoma.

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    Os primeiros testes mostraram que o remédio desmascarou o HIV que estava inativo em células de defesa usadas pelo vírus para se reproduzir. Num segundo momento, a droga foi administrada em oito homens infectados com a doença, que passavam por uma terapia com antirretrovirais e estavam clinicamente estáveis. Os níveis do vírus foram medidos antes e depois da administração do vorinostat. Ao analisar as células de defesa desses pacientes, o estudo constatou um nível 4,5 vezes maior nos níveis de RNA do HIV encontrado dentro delas, mostrando que o vírus havia sido desmascarado.

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    Esse é o primeiro estudo publicado a mostrar o potencial dessa droga em atacar vírus dormentes. “Essa pesquisa mostra evidências convincentes de uma nova estratégia para atacar diretamente e erradicar infecções latentes de HIV”, diz o médico David Margolis, professor da Universidade da Carolina do Norte e líder do estudo.

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    ANTIRRETROVIRAIS

    Esse grupo de medicamentos surgiu na década de 1980 e atua no organismo impedindo a multiplicação do vírus. Eles não matam o HIV, mas ajudam a evitar que ele se reproduza e enfraqueça o sistema imunológico da pessoa infectada. Por isso, seu uso é fundamental para prolongar o tempo e a qualidade de vida do portador de aids. Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam de tratamento. Atualmente, existem 19 medicamentos, divididos em cinco classes diferentes. Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes.

    LINFOMA

    É o termo usado para designar os tumores cancerígenos no sistema linfático, formado por vasos finos e gânglios (linfonodos) que atuam na defesa do organismo levando nutrientes e água às células e retirando resíduos e bactérias. Há dois tipos principais de linfoma: a doença de Hodgkin e o linfoma não Hodgkin. O linfoma das células de manto é uma variação do linfoma não Hodgkin. Essa doença matou, em 2009, 3.735 brasileiros, sendo 2.054 homens e 1.681 mulheres. A doença de Hodgkin, por outro lado, foi responsável por 431 mortes no ano de 2006, sendo 233 homens e 198 mulheres.

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