Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Quantos filhos posso ter? A resposta está no DNA

Novo estudo identifica como a fertilidade vem sendo afetada pela seleção natural

Por Diego Alejandro
24 mar 2023, 16h57

A seleção natural influencia diversos fatores em nossas vidas, inclusive quantos filhos um indivíduo pode ter, de acordo com o maior estudo até o momento do tipo, liderado por pesquisadores das Universidades de Cambridge, Oxford, Groningen e Pensilvânia.

As descobertas também demonstram que a fertilidade é afetada por diversos mecanismos biológicos, que contribuem para suas variações e afetam diretamente o período da puberdade, os níveis de hormônios sexuais (como a testosterona), a endometriose e a idade da menopausa. Está relacionada ainda a comportamentos, como assumir riscos.

“[O estudo] testa empiricamente uma das questões mais emocionantes e fundamentais feitas por cientistas em muitas disciplinas e décadas: há evidências de seleção natural contínua em humanos e, em caso afirmativo, o que é e como funciona?”, comenta Melinda Mills, professora e diretora do Leverhulme Center for Demographic Science de Oxford.

A investigação foi publicada no periódico Nature Human Behaviour e usou dados de 785.604 indivíduos de ascendência europeia, incluindo participantes do estudo UK Biobank, para identificar 43 regiões do genoma contendo variantes genéticas associadas ao sucesso reprodutivo, definido como o número de filhos já nascidos de um indivíduo.

Outros achados destacam compensações ao longo da vida, por exemplo, os pesquisadores encontraram variações no gene ARHGAP27 que foram associadas a ter mais filhos, mas também a uma janela de fertilidade mais curta na vida.

Continua após a publicidade

“Este estudo é o maior de seu tipo e destacou uma nova biologia que ajudará a identificar novos alvos terapêuticos para doenças reprodutivas, como a infertilidade”, disse John Perry, da Unidade de Epidemiologia da Universidade de Cambridge “Também ajudará a entender melhor os mecanismos biológicos que vinculam a saúde reprodutiva a resultados mais amplos em homens e mulheres”.

Ao integrar genomas modernos com dados de genomas antigos, os pesquisadores foram capazes de identificar uma região do que esteve sob seleção por milhares de anos e permanece sob seleção até hoje. Os genes FADS1 e FADS2 estão envolvidos na síntese de gorduras específicas importantes para a saúde e parecem ter sido importantes para ajudar as pessoas na Europa a se adaptarem a uma dieta agrícola. O fato que eles ainda afetam a fertilidade hoje sugere que essa adaptação pode estar em andamento.

 “Evidências independentes mostram que a região FADS está sob seleção na Europa há milhares de anos. Ele representa o exemplo mais claro de uma variante genética com evidências de seleção natural histórica e contínua, embora o motivo da seleção permaneça obscuro”, explica Iain Mathieson, do Departamento de Genética da Universidade da Pensilvânia.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.