Um estudo publicado no Journal of Occupational Health, em que foram analisadas informações sobre mais de 1,8 milhão de mulheres grávidas empregadas e não empregadas na Coreia do Sul, entre 2010 e 2019, mostrou que certas ocupações são associadas a maiores riscos de aborto espontâneo e natimorto.
Para a análise, os pesquisadores calcularam os riscos para três resultados adversos: abortos precoces (aborto espontâneo, gravidez ectópica e gravidez molar), natimortos e nenhum nascido vivo (gravidez sem registro de nascido vivo, que inclui resultados de abortivos precoces e natimortos).
No geral, 18,%, 0,7% e 39,8% das gestações terminaram em abortos precoces, natimortos e nenhum nascido vivo, respectivamente. O risco de abortos precoces e natimortos foi maior em mulheres não empregadas, enquanto nenhum nascido vivo foi mais frequente em mulheres empregadas.
As mulheres na indústria de saúde e assistência social tiveram o maior risco de perder o feto. Maiores riscos de não nascidos vivos também foram observados no comércio atacadista/varejo, educação e serviços públicos/sociais/pessoais e ocupações de manufatura. Os dois últimos também foram associados a riscos mais altos de abortos precoces em comparação com empregos financeiros e de seguros.
No Brasil, dados sobre aborto e suas complicações são incompletos. Índices assistenciais estão somente disponíveis para o setor público e números de mortalidade dependem de investigação do óbito. Um estudo recente compilou dados entre 2008 e 2015, onde ocorreram cerca de 200 mil internações/ano por procedimentos relacionados ao aborto, sendo cerca de 1.600 por razões médicas e legais.