Primeiros pacientes de Manaus começam a ser enviados a outros estados
Um grupo de nove pessoas foi encaminhado nesta manhã para Teresina, no Piauí; falta de oxigênio gera situação de calamidade no Amazonas
A Secretaria de Saúde do Amazonas informou na manhã desta sexta-feira, 15, que o primeiro grupo de nove pacientes da Covid-19 foi transferido nesta manhã de Manaus para Teresina, no Piauí. Um segundo conjunto de quinze pessoas deve ser encaminhado ainda na tarde de hoje para São Luis, no Maranhão.
Trata-se de um pequeno contingente diante do número total de paciente que necessita de transferência diante do avanço da Covid-19 na região. De acordo com a pasta de saúde local, são 235 pessoas a serem enviadas para outros cinco estados brasileiros.
O caos na capital, Manaus, foi causado por sobrecarga no sistema de saúde local, que não têm oxigênio suficiente para oferecer aos pacientes hospitalizados. O governo do estado atribui a crise ao “aumento da demanda nos últimos 15 dias”.
O transporte aéreo foi feito pela Força Aérea Brasileira (FAB). Os pacientes iniciais saíram dos hospitais e pronto-socorros 28 de Agosto e Platão Araújo para receber atendimento no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina.
O desabastecimento de oxigênio em unidades de atendimento a pacientes com Covid-19 em Manaus se agravou na quinta-feira, 14. Houve mortes por asfixia. Com uma explosão no número de casos do novo coronavírus nos últimos dois meses, o consumo de oxigênio passou de 176.000 para 850.000 metros cúbicos ao mês, segundo o governo estadual, demanda que os fornecedores não têm conseguido suprir. Para tentar frear a curva de casos e mortes, o governo decretou toque de recolher em Manaus entre 19h e 6h.
Colapso
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admitiu na noite desta quinta-feira, 14, na live semanal que o presidente Jair Bolsonaro faz semanalmente em suas redes sociais que a pandemia da Covid-19 deixou a rede pública de Manaus em “colapso” e que a situação é “extremamente grave”.
“Manaus teve o pior momento da pandemia em abril do ano passado, houve um colapso no atendimento, que foi revertido, as taxas caíram. Agora estamos novamente numa situação extremamente grave. Eu considero que, sim, há um colapso no atendimento de saúde em Manaus”, disse.