“Apenas 14% das pessoas pesquisadas conseguiram cuidar das crianças corretamente”, afirma a médica Rebekah Moles
Medir a dosagem de remédios infantis para febre, resfriados e tosse usando colheres comuns pode ser extremamente arriscado. Um estudo apresentado em Lisboa, descobriu que dos 97 adultos testados (53 mães, 7 pais e 37 babás), 61% não mediam corretamente a medicação – 17% colocaram remédio a mais, e 44%, a menos. Os erros de dosagem representam um risco maior à saúde de crianças com menos de 5 anos.
Mas os erros não param por aí. De acordo com Rebekah Moles, da Universidade de Sidney e coordenadora do estudo, 7% dos voluntários deram remédios aos filhos sem ao menos tirar a temperatura para checar a febre. Outros 46% deram medicação quando a criança ainda estava com temperatura abaixo dos 38ºC. “No total, apenas 14% das pessoas pesquisadas conseguiram agiram corretamente”, observou. “Um dos pais nos disse que se o Panadol (remédio contra a dor à base de paracetamol) é vendido livremente, administrar uma dose dupla não poderia fazer mal algum”, relata Rebekah.
Margaret Peycke, da Associação Nacional das Farmácias, alerta: “colheres caseiras não devem ser usadas como medidores substitutos, elas não medem a quantia exata como aquelas que vêm com o remédio”. Os dados sobre overdose em crianças são alarmantes. Segundo a médica, metade das 119.000 chamadas recebidas pelo Centro de Informações sobre Envenenamento de New South Wales, na Austrália, ocorrem em razão de overdoses acidentais em crianças – 15% delas, acaba sendo hospitalizada.