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Pesquisa associa alterações na microbiota intestinal a autismo em crianças

Descoberta pode abrir caminho para novos métodos de diagnóstico, como análise de amostras fecais, e abordagens terapêuticas, com dietas e probióticos

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 jul 2024, 14h28
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  • Crianças com transtorno do espectro autista (TEA) apresentam mudanças em sua flora intestinal que, segundo um novo estudo publicado na revista científica Nature Microbiology, estão associadas à condição neuroatípica.

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    Os resultados da investigação mostram que crianças autistas apresentam um perfil microbiano intestinal significativamente diferente. E isso não se limita apenas à composição bacteriana, mas inclui também outros reinos de microrganismos. A diversidade microbiana e as vias metabólicas associadas foram significativamente alteradas em indivíduos com TEA.

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    Os pesquisadores utilizaram técnicas de sequenciamento genético para analisar o microbioma intestinal de um grande grupo de crianças, incluindo tanto aquelas neurodivergentes quanto neurotípicas. A análise englobou diversos tipos de microrganismos, como bactérias, fungos, arqueias (microrganismos unicelulares) e vírus, proporcionando uma visão abrangente das diferenças microbianas.

    Além disso, foram identificadas várias vias metabólicas desreguladas nas crianças com TEA. Elas parecem estar ligadas à função cerebral e ao comportamento, sugerindo que alterações no microbioma podem influenciar diretamente os sintomas do TEA.

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    Potencial para novos diagnósticos e tratamentos 

    Uma das descobertas mais promissoras é a possibilidade de usar a análise de amostras fecais como uma ferramenta diagnóstica adicional para o TEA. Atualmente, o diagnóstico é complexo e demorado, dependendo de avaliações comportamentais detalhadas por profissionais especializados.

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    Dessa forma, os pesquisadores acreditam que a combinação de marcadores microbianos com testes genéticos e comportamentais pode aumentar a precisão e a rapidez dos diagnósticos. Um teste não invasivo baseado em amostras fecais facilitaria a triagem em larga escala, permitindo a identificação do transtorno em crianças. Os diagnósticos precoces são conhecidos por melhorar significativamente a qualidade de vida em crianças com TEA​​.

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    “A ideia de que a análise de amostras fecais possa auxiliar no diagnóstico é muito empolgante, pois atualmente há um enorme quantidade de crianças e adultos esperando para serem avaliados”, afirma, em comunicado, Elizabeth Lund, uma das autoras da publicação. “O processo de diagnóstico  atual é muito demorado e há uma escassez de clínicos, como psicólogos e psiquiatras, treinados para dar um laudo adequado”, conclui. 

    Nesse sentido, os achados sobre as alterações nas vias metabólicas abrem caminho para o desenvolvimento de terapias direcionadas ao microbioma, segundo os pesquisadores. Intervenções como dietas específicas, probióticos e prebióticos podem ser exploradas para modificar o microbioma com o objetivo de melhorar os sintomas do TEA. Essas abordagens terapêuticas personalizadas têm o potencial de oferecer tratamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais.

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    Embora os resultados sejam promissores, os especialistas enfatizam a necessidade de validação adicional através de estudos com amostras maiores e mais diversas de pacientes. A relação causal entre o microbioma modificado e o TEA ainda precisa ser estabelecida, e futuras pesquisas deverão testar a eficácia de intervenções baseadas na flora intestinal em ensaios clínicos rigorosos​​.

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