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O vírus primo do Ebola que está no radar de preocupações da OMS

Surtos recentes do vírus Marburg na África levam autoridades a emitir alertas e acelerar planos para testar uma vacina. Letalidade da doença chega a 90%

Por Diogo Sponchiato
Atualizado em 6 abr 2023, 15h47 - Publicado em 6 abr 2023, 15h20
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  • Não são poucos os vírus que estão na mira da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas, nos últimos meses, um deles ganhou holofote internacional, o vírus Marburg, famoso pela rapidez com que ataca o organismo e pela alta taxa de letalidade.

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    Depois de um surto inédito na Guiné Equatorial em fevereiro, o agente infeccioso foi identificado também do outro lado do continente africano, na Tanzânia. Uma das primeiras vítimas nessa nação foi um pescador com um quadro típico da infecção: teve episódios de vômito e diarreia que, alguns dias depois, evoluíram para uma hemorragia incontrolável e morte.

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    A OMS emitiu sinais de alerta sobre a doença e, agora, planeja acelerar o desenvolvimento de uma vacina capaz de preveni-la.

    O vírus Marburg deve seu nome à cidade alemã onde foi identificado pela primeira vez, após cientistas de um laboratório se contaminarem trabalhando com macacos verdes vindos de Uganda — alguns deles chegaram a morrer. O patógeno é originalmente encontrado em países da África Subsaariana e seu hospedeiro original na natureza não são primatas, mas morcegos.

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    Seu primo viral mais conhecido é o Ebola, outro agente infeccioso por trás de surtos na África com alta taxa de mortalidade e provavelmente vindo de morcegos.

    O fato é que ambos aprenderam a transmissão de pessoa a pessoa, o que geralmente acontece por meio de fluidos corporais. Como as vítimas têm diarreia, vômito e perda de sangue por nariz, boca e até genitais, não é rara a disseminação do vírus.

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    Qual é o tamanho do problema?

    A OMS monitora com atenção os casos recém-diagnosticados tanto visando à contenção de surtos como ao desenvolvimento de vacinas e tratamentos capazes de frear o ataque do vírus Marburg.

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    Em geral, as pessoas que contraem o patógeno estiveram em áreas endêmicas na África ou trabalhavam em laboratórios que faziam pesquisas com o vírus. Isso já aconteceu, por exemplo, com indivíduos dos Estados Unidos e da Holanda.

    O virologista Paulo Eduardo Brandão, professor da Universidade de São Paulo (USP), conta que a pessoa infectada costuma ter febre, cansaço, dor de garganta, vômito e/ou diarreia. Depois tendem a aparecer manchas vermelhas na pele. O perigo é a evolução para hemorragia generalizada. “Isso culmina na falência múltipla de órgãos e morte em 90% dos casos”, diz.

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    O pesquisador explica que ainda não há um remédio aprovado e eficaz para tratar a infecção. O essencial hoje é receber reidratação e cuidados médicos intensivos logo.

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    Ainda também não existe uma vacina contra o Marburg. E é justamente aí que a OMS quer atuar. Ela planeja acelerar testes clínicos com imunizantes experimentais que tiveram bons resultados em análises iniciais.

    Brandão acredita ser improvável que o vírus dê origem a uma pandemia. Primeiro porque ele é tão letal que, muitas vezes, mal dá tempo de a pessoa transmiti-lo. “Os indivíduos ficam tão debilitados que dificilmente vão sair por aí disseminando a doença, é impensável não procurar um hospital”, observa o professor.

    Embora seja um caso bem diferente de vírus como os da gripe e da Covid-19, o virologista afirma que não dá para baixar a guarda, especialmente num mundo tão conectado como nos dias de hoje. Os surtos locais podem ser devastadores.

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