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O segredo da Múmia

Pesquisadores identificaram e construíram o genoma de uma bactéria centenária usando fragmentos de um nobre italiano do século XVI

Por Sabrina Carmo
Atualizado em 13 jul 2022, 17h08 - Publicado em 17 jun 2022, 16h55

Um grupo de pesquisadores internacionais isolou fragmentos de uma bactéria Escherichia coli (E. Coli) de 400 anos, coletada da múmia de um nobre italiano do século XX, e usou o material recuperado para reconstruir o genoma. Esse processo permite que os pesquisadores comparem a evolução e a adaptação do microrganismo da bactéria ancestral com a bactéria moderna.

O estudo utilizou restos mumificados de um grupo de nobres que foram recuperados da Igreja San Domenico Maggiore, em Nápoles, no sul da Itália, em 1983. Foi realizada uma análise detalhada do corpo de Giovani d’Avalos, um nobre do período renascentista que tinha 48 anos quando faleceu, no ano de 1583.

A pesquisa foi realizada por uma equipe liderada por cientistas da Universidade McMaster, no Canadá, em colaboração com a Universidade de Paris Cité, na França.

A bactéria Escherichia coli (E. Coli) habita naturalmente nos intestinos de pessoas e animais saudáveis. Por ser uma bactéria comensal, ela se beneficia de um ser vivo sem lhe causar danos, podendo inclusive ser benéfica para o seu hospedeiro. Como ela existe na flora bacteriana de pessoas saudáveis e se torna patogênica devido à diminuição das defesas orgânicas, ela também é considerada uma bactéria oportunista.

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A maioria de suas linhagens são inofensivas, mas algumas cepas podem provocar surtos de intoxicação alimentar e infecções da corrente sanguínea, podendo levar à morte. Essas bactérias entram no organismo por meio do consumo de alimentos contaminados e podem infectar o seu hospedeiro durante períodos de estresse, condições médicas subjacentes ou imunodeficiência.

“Quando estávamos examinando esses restos mortais, não havia evidências para dizer que este homem tinha E. coli. Ao contrário de uma infecção como a varíola, não há indicadores fisiológicos. Ninguém sabia o que era”, explica o principal autor do estudo, George Long. “Conseguimos identificar um patógeno oportunista, investigar as funções do genoma e fornecer diretrizes para ajudar os pesquisadores que podem estar explorando outros patógenos ocultos”, completou.

Sua história evolutiva completa permanece um mistério, e pesquisadores dizem que não se sabe quando a bactéria adquiriu novos genes ou quando desenvolveu resistência à antibióticos. “Foi tão emocionante identificar essa antiga E. coli e descobrir que, embora única, ela se enquadra em uma linhagem filogenética característica de comensais humanos que hoje ainda causa cálculos biliares”, disse Erick Denamur, líder da equipe francesa.

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