Muito se fala da dieta cetogênica, que baseada na severa restrição de consumo de carboidratos e no aumento expressivo de ingestão de proteínas e gorduras, há pelo menos cinco anos, passa ao largo do sobe e desce entre as preferências e, desde 2020, permanece na primeira posição da lista das top diets, segundo levantamento da Pollock Communications, agência americana de relações públicas especializada no atendimento a empresas do setor de alimentos. E a previsão de nutricionistas é de que reinará absoluta por muitos anos.
Seguida por famosos como a cantora Adele, pelos atores Reynaldo Gianecchini e Bruno Gagliasso e mais milhões de adeptos mundo afora, porém, ela pode ter efeitos bastante negativos para a saúde do coração, quando mal indicada. Segundo estudo apresentado na Conferência anual do American College of Cardiology e do World Congress of Cardiology, no início de março, a dieta cetogênica pode estar associada a um risco aumentado de colesterol LDL (o chamado colesterol ruim) elevado e doenças cardíacas.
“A realização de pesquisas sobre dietas pode ser confundida por muitos fatores, mas neste, os pesquisadores examinaram os dados do Biobank do Reino Unido e identificaram 305 participantes que relataram consumir uma dieta cetogênica com baixo teor de carboidratos e alto teor de gordura e, em seguida, compararam os resultados desses indivíduos com os de 1.220 participantes em uma dieta padrão”, explicou Douglas Drachman, cardiologista intervencionista do Hospital Geral de Massachusetts e presidente da conferência em entrevista ao JAMA.
“Durante uma média de 11,8 anos de dados de acompanhamento, aqueles que relataram estar em nessa dieta cetogênica tiveram um nível de LDL mais alto e um risco 2 vezes maior de eventos cardiovasculares adversos graves do que aqueles em uma dieta padrão”, acrescentou. Portanto, o ideal é, antes de seguir qualquer dieta, ter acompanhamento médico, e não aderir apenas porque está na moda.