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Novas opções de tratamento para a trombose venosa profunda

Novo tratamento minimamente invasivo usa um stent para tratar casos mais graves da doença cardiovascular, hoje considerada a 3ª causa de morte no mundo

Por Diego Alejandro
14 set 2023, 14h00

Sensação de peso nas pernas, especialmente no fim do dia, pode não ser apenas uma simples manifestação de cansaço. Este é um dos sinais da Trombose Venosa Profunda (TVP), doença grave potencialmente causada pela formação de coágulos, em geral, nas pernas – na região da panturrilha, coxas e, ocasionalmente, até nos membros superiores.

Essa doença cardiovascular, também conhecida como flebite, tromboflebite profunda ou simplesmente trombose, hoje, é a terceira causa de morte no mundo, atrás dos casos de infarto e de acidente vascular cerebral. Entre janeiro de 2012 e maio de 2022, 425.404 brasileiros foram internados para tratamento da condição, sendo que 92% (394.254) dos atendimentos ocorreram em caráter de urgência, ou seja, poderiam ter sido evitados se a doença tivesse sido diagnosticada precocemente, de acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS). 

No dia 16 de setembro é o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose

O que é?

Trombose venosa profunda é uma doença potencialmente grave causada pela formação de coágulos (trombos) no interior das veias profundas, interferindo no fluxo sanguíneo normal. O desprendimento pode provocar complicações a curto ou longo prazo. 

“A curto prazo, esse trombo pode se “soltar” da veia e ser levado pela circulação até as artérias pulmonares, levando à obstrução, situação conhecida como embolia pulmonar”, explica Vinicius Bertoldi, cirurgião vascular do Hospital Edmundo Vasconcelos. “Conforme o tamanho do coágulo e a extensão da área comprometida, pode ser mortal”.

A longo prazo, o risco é a insuficiência venosa crônica ou síndrome pós-flebítica, que ocorre em virtude da destruição das válvulas situadas no interior das veias encarregadas de levar o sangue venoso de volta para o coração.

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Sintomas

Bertoldi aponta inchaço, dor e sensibilidade na área afetada, vermelhidão ou calor na pele sobre a veia, a aparição de veias dilatadas e visíveis e a sensação de peso ou cansaço nas pernas entre os principais sintomas da trombose venosa profunda. “Caso haja suspeita, o ideal é buscar ajuda médica imediatamente. O médico realizará a avaliação dos sintomas, fará exames especializados e determinará o melhor plano de ação”, esclarece.

Entretanto, a TVP pode ser absolutamente assintomática. O diagnóstico clínico é estabelecido com base nos sintomas e nos fatores de risco e confirmado por exames de laboratório e de imagem, como a ressonância magnética, a flebografia e o ecodoppler colorido.

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“Justamente por ser silenciosa, é fundamental que as pessoas e a comunidade médica reconheçam quais são os grupos de riscos com maiores chances de apresentar essa doença, para que possamos orientá-los, e educá-los, evitando as complicações da enfermidade. Precisamos, na verdade, nos preocupar e cuidar melhor da nossa saúde vascular”, argumenta Fabio Rossi, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP).

Pessoas com histórico familiar da doença, com sobrepeso ou obesidade, tabagistas, profissionais que passam períodos prolongados sentados ou em pé, pacientes oncológicos ou após cirurgias de alta complexibilidade, mulheres, principalmente aquelas que fazem uso de anticoncepcional oral por longo tempo ou gestantes integram o perfil de risco para a doença.

Quanto mais precocemente o diagnóstico for feito e mais cedo introduzido o tratamento, maior a possibilidade de reverter o quadro e evitar complicações e sequelas.

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Tratamento

O objetivo do tratamento da trombose venosa profunda é evitar a formação de coágulos ou, se eles já se instalaram, promover sua reabsorção pelo organismo. Para tanto, pode-se contar com os medicamentos anticoagulantes (heparina e warfarina) e os fibrinolíticos que ajudam a dissolver os trombos.

Além desses fármacos, existem procedimentos minimamente invasivos, “como a aspiração mecânica do coágulo, e o implante de stents, recomendados em casos mais graves em que se observam a existência de trombos mais extensos e volumosos, e sem resposta ao tratamento medicamentoso”, afirma Rossi, que também é professor do Instituto Dante Pazzanese. 

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Atualmente, já existem stents venosos especialmente criados para tratar esse tipo de doença cardiovascular. É o caso do Abre Sistema de Stent Venoso Autoexpansível, da Medtronic, recém-lançado no país, após a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Diferentemente dos stents de uso arterial, os venosos têm maior diâmetro considerando o calibre das veias e são mais longos para serem implantados nos membros inferiores, mais precisos e com maior força radial. “Muitos dos pacientes com obstrução venosa profunda são mais jovens, portanto, é fundamental ter um stent venoso que não seja apenas seguro e eficaz, mas também forte e flexível, e durável a longo prazo”, informa o presidente da SBACV-SP.

Prevenção

Antes de chegar ao ponto de tratamento, o melhor é se prevenir. Manter o peso dentro dos limites saudáveis, não fumar, restringir o consumo de bebidas alcoólicas e praticar exercícios físicos são medidas importantes para prevenir a formação de trombos.

Pessoas com predisposição a desenvolver trombos precisam movimentar-se tão logo seja possível depois de cirurgias e quando tiverem necessidade de permanecer em repouso por muito tempo. Usar meias elásticas e evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de medicamentos para dormir são medidas que também ajudam a evitar a formação de coágulos.

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