Dois estudos complementares realizados em conjunto pela Academia Americana de Medicina do Sono e pela Sociedade de Pesquisa do Sono (SRS), ligada à Universidade de Oxford, revelou que os maus hábitos ao dormir entre casais heterossexuais pode não só atrapalhar o sono individual de cada um, como criar sofrimentos emocionais e maior conflito geral no relacionamento.
Realizado com casais na faixa dos 40 anos, as pesquisas buscaram entender os padrões do sono dessas pessoas para entender o que é preciso para uma boa noite de sono. De acordo com os pesquisadores, ajuda se o casal manter uma rotina estável, tornar o quarto confortável e livre de interrupções, e relaxar antes de se acostar. “Embora os casais tenham a tendência de compreender as ‘manias’ do par romântico, os problemas causam mais danos do que simplesmente uma noite mal dormida”, disse Josh Novak, autor do estudo e pesquisador da Auburn University, no Alabama.
Os dois sexos apresentaram indicadores semelhantes em algumas áreas, mas diferiram em outras, com os homens tendo melhores hábitos de sono em comparação com as mulheres. Elas, por sua vez, eram mais propensas a ir para a cama estressadas, com raiva, chateadas ou nervosas. As representantes do sexo feminino também tinham mais preocupações e costume de trabalhar antes de deitar e fazer outras coisas além de dormir, como ler ou assistir TV.
Usando uma ferramenta de avaliação de conflitos de sono, desenvolvida pela equipe de pesquisadores, os estudos sugeriram ainda que os parceiros que discordavam mais sobre rotinas, hábitos antes de deitar, preferências de ambiente e horários de dormir e acordar tendiam a apresentar uma pior qualidade de sono, além de serem mais propensos a ter problemas de sonolência durante o dia.
“Eu sou um serelepe matinal e minha parceira é uma coruja noturna. Eu queria olhar além e explorar outros fatores que podem afetar a qualidade do sono do casal”, contou Novak. Para o pesquisador, a dica é dormir em camas separadas. “Essa recomendação, porém, nem sempre funciona muito bem”, observou. “Éuma questão emocional. Alguns lidam bem com isso, outro não querem nem ouvir falar”.