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Mundo ultrapassa meio bilhão de casos de Covid-19

OMS fala em fase aguda da pandemia, enquanto países liberam restrições e diminuem testagem. Especialistas alertam para a vacinação

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jul 2022, 18h33 - Publicado em 13 abr 2022, 11h39

O coronavírus continua a perseguir o mundo em um ritmo surpreendente, passando por uma sucessão sombria de marcos pandêmicos em 2022: em janeiro, o mundo chegou ao número de 300 milhões de casos registrados de Covid-19, em fevereiro, bateu 400 milhões e nesta terça-feira, 12, ultrapassou 500 milhões. Ou seja, meio bilhão de pessoas já foram infectadas. Sem contar as subnotificações – é quase certo que houve muito mais infecções do entre as 7,9 bilhões de pessoas que compõem a população global, e que não foram detectadas ou relatadas – e as lacunas de relatórios como o apagão do Ministério da Saúde, em dezembro do ano passado que comprometeu o acompanhamento o cenário epidemiológico no Brasil e alguns países como os Estados Unidos, que reduziram a testagem oficial.

“Isso é perigoso”, afirmou Ali Mokdad, epidemiologista da Universidade de Washington e ex-conselheiro dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). “Se não testar, não sabe quais variantes estão circulando”. Autoridades regionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) recentemente incentivaram os países africanos a aumentar o número de testes para rastreamento de contatos – a variante ômicron surgiu na África do Sul no final de 2021 – e pediram a alguns países da América que dobrem os esforços para aumentar a vacinação e a testagem. Segundo o órgão, em setembro do ano passado, 65% dos africanos já haviam sido infectados com a Covid-19. Os números mais altos, porém, continuam na Europa, com baixos índices de vacinação e pouca testagem. A Grã-Bretanha, por exemplo, encerrou os testes gratuitos.

É fato que o número de novos casos relatados em todo o mundo, há algum tempo, vem diminuindo a cada dia – a média na semana passada foi de cerca de 1,1 milhão de casos por dia, de acordo com o Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins. Ou seja, cerca de 32% a menos do que há duas semanas. Mas ao longo da pandemia, países com recursos limitados de saúde pública podem ter detectado e confirmado apenas uma pequena fração das infecções em suas populações. Números mais recentes também não contabilizam resultados de testes rápidos em casa, que não são relatados oficialmente. Fora as muitas pessoas nunca foram testadas porque não apresentam sintomas, não têm acesso ao teste, desejam evitar as consequências de um resultado positivo ou optam por não o fazer por outros motivos.

As mortes por coronavírus também estão diminuindo. O mundo registrou cerca de 3.800 por dia, na semana passada, 23% menos do que há duas semanas. Ainda assim, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que o mundo continua na fase aguda da pandemia, o que muitos especialistas em saúde concordam.

Mas mesmo os alertas não impediram que muitas nações abandonassem quase completamente suas precauções contra o coronavírus, nos dois meses desde que a contagem global de casos ultrapassou 400 milhões. Nos Estados Unidos, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) emitiram novas diretrizes no final de fevereiro, sugerindo que a maioria dos americanos poderia parar de usar máscaras e não precisava mais manter distância social ou evitar espaços fechados lotados. “O que está acontecendo globalmente é que as pessoas basicamente desistiram. Eles só querem voltar à vida normal”, disse Mokdad.

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Esse desejo é ameaçado pela rápida disseminação da subvariante ômicron conhecida como BA.2, a versão mais transmissível do vírus já identificada e que, agora, responde pela grande maioria dos novos casos nos Estados Unidos e em todo o mundo; ela se espalhou ainda mais rápido do que a BA.1, o que ajudou a potencializar os surtos durante o inverno em alguns países.

O pico de aumento mais recente pode ter passado em algumas partes da Europa, mas Hong Kong ainda tenta escapar de um surto que começou em janeiro e os moradores de Xangai estão confinados, enfrentando até escassez de alimentos.  “O foco em novos casos é garantido”, disse Crystal Watson, pesquisadora sênior do Johns Hopkins Center for Health Security. “O que estamos vendo na China é um aumento extremo de infecções, porque eles não tiveram muita exposição por lá”

De acordo com o projeto Our World in Data da Universidade Oxford, mais de 5,1 bilhões de pessoas – cerca de 66,4% da população mundial – receberam pelo menos uma dose da vacina contra o coronavírus e mais de 1,7 bilhão de doses de reforço ou doses adicionais foram administradas globalmente. Mas a cobertura varia muito entre as regiões. As taxas da África são as mais baixas de qualquer continente, com cerca de 20% das pessoas que receberam pelo menos uma dose. É fato, porém, que a melhor alternativa para salvar vidas e combater a pandemia é a vacinação.

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