No próximo sábado, 15 de julho, comemora-se o Dia do Homem. E a Sociedade Brasileira de Urologia aproveita a data para conscientizar o público masculino sobre o problema mais comum encontrado na próstata: a hiperplasia prostática benigna (HPB).
Cerca de 50% dos indivíduos acima de 50 anos a tem, e essa prevalência aumenta com a idade, podendo chegar a 80% nos homens entre 70 e 80 anos. Trata-se de um aumento benigno (não cancerígeno) do tamanho da próstata – glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, que normalmente é do tamanho de uma noz, mas pode chegar a ficar tão grande quanto uma bola de tênis. Responsável por produzir boa parte do líquido que compõe e nutre o esperma, a expansão do órgão pode comprimir a uretra, diminuindo o seu calibre e dificultando ou impedindo a passagem da urina, que estagnada, por sua vez, vai favorecer o aparecimento de infecções e cálculos renais.
De acordo com dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) do Ministério da Saúde, no ano passado, foram mais de 22 milhões de atendimentos no Sistema Único de Saúde devido a HPB no país, um número 20% maior que em 2019, ano anterior à crise sanitária da Covid-19. “Esses dados podem ainda refletir uma demanda reprimida por ocasião da pandemia ou, mesmo, o agravamento do quadro em função do retardo no diagnóstico e tratamento que ocorreu durante o período”, analisa Karin Jaeger Anzolch, diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e uma das idealizadoras das campanhas de saúde da entidade.
Sintomas
Os sintomas surgem quando a próstata aumentada bloqueia o fluxo de urina. Primeiro, os homens podem ter dificuldade para iniciar a micção ou, quando conseguem, sentem como se não tivessem urinado o suficiente. Como a bexiga não se esvazia completamente, é necessário urinar com mais frequência, geralmente durante a noite (noctúria).
A necessidade de urinar também pode se tornar mais urgente (a vontade surge repentinamente, e não aos poucos). O volume e a força do fluxo urinário podem diminuir notavelmente e a urina pode ficar gotejando ao final da micção.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico da HPB é realizado por meio de exames como toque retal, PSA (Antígeno Prostático Específico) e ultrassonografia. Muitos homens que sofrem com os sintomas acabam estabelecendo rotinas para conviver com o problema e não procuram tratamento. Urinar sentado, diminuir a quantidade de líquido ingerido para evitar urinar, apertar a região abdominal para ajudar a eliminar o xixi são alguns desses “jeitinhos”.
Sem tratamento, o problema pode causar a retenção urinária e a necessidade de colocação de uma sonda pela uretra, o canal da urina, até que uma cirurgia de desobstrução seja feita. Em 2022 foram pouco mais de 500 mil procedimentos, mas até maio deste ano esse número já se aproximava de 600 mil.
“Nós, homens, somos estatisticamente menos cuidadosos que as mulheres no quesito saúde. Ao chegar à adolescência e posteriormente à fase adulta, o homem em geral só procura o médico quando nota algum sintoma diferente. Temos percebido uma lenta melhora desse cenário, mas precisamos avançar mais”, alerta o presidente da SBU, Alfredo Felix Canalini.
Portanto, vale o conselho: qualquer problema urinário deve ser avaliado, e não considerado como característica normal do envelhecimento com a qual o homem tenha que se acostumar e se adaptar.