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“Lamentável”, diz médico sobre forma de o governo anunciar vacina infantil

Diretor da Sociedade Brasileira de Imunização, Renato Kfouri afirma que, em vez de ser uma festa, ato reiterou resistência do executivo em proteger crianças

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 jan 2022, 11h18

Na quarta-feira, 5, o Ministério da Saúde anunciou que as crianças de 5 a 11 anos foram incluídas no Plano Nacional de Operacionalização contra Covid-19 e começarão a ser vacinadas ainda este mês janeiro. A população pediátrica é estimada em quase 20 milhões, por isso serão necessárias 40 milhões de doses para fazer a imunização completa das crianças. Mas o número de doses previstas para chegar inicialmente, em três lotes a partir de 13 de janeiro, é de apenas 3,74 milhões.

A exigência de prescrição médica não foi apresentada, mas foi recomendado que os pais que procurem um pediatra antes da vacinação. A pasta afirmou ainda que o intervalo entre doses será de oito semanas – e não de três. “É a única coisa certa que fizeram porque é realmente mais seguro e uma possibilidade menor de reação. Com um intervalo maior entre as doses, o resultado final é melhor em produção de anticorpos, segurança e duração de proteção. Um fenômeno esperado para praticamente todas as vacinas”, disse o médico infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) a VEJA.

Sobre o número de doses, Kfouri lamenta o fato de não haver vacina suficiente até o final de fevereiro. “Como só teremos 20 milhões de doses, é melhor aplicá-las como primeira dose do que completar o esquema vacinal em 10 milhões de crianças”, afirmou.

O médico, no entanto, criticou a postura do governo na comunicação do início da imunização infantil. “Ao meu ver o mais lamentável é lançar uma campanha de vacinação pedindo desculpa. Estavam quase pedindo para não vacinarem, deixando evidente que estavam colocando essas vacinas tão importantes à disposição de maneira contrariada e acuados pela pressão que a sociedade civil fez como um todo”, disse.

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“Não disseram uma palavra de incentivo à vacinação, quando deveria ser uma festa, um lançamento, uma convocação, uma conclamação da população para se vacinar. Um papelão.”

Renato Kfouri foi um dos três médicos que defenderam a vacinação de crianças na audiência pública organizada pelo Ministério da Saúde na última terça-feira, 4, e a ter seus documentos com dados pessoais vazados nas redes sociais de grupos contrários à vacinação.

Esses documentos estavam em poder da pasta. A médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Iminizações, e Marco Aurélio Sáfadi, da Sociedade Brasileira de Pediatria também tiveram suas declarações de conflitos de interesses divulgadas na íntegra na internet juntamente com seus números de CPF e telefone celular, além de e-mails.

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