O japonês Tasuku Honjo e o americano James Patrick Allison foram anunciados nesta segunda-feira como os vencedores do prêmio Nobel de Medicina. A dupla de imunologistas recebeu a honraria por suas pesquisas contra o câncer. Segundo os organizadores do prêmio, “ao estimular a capacidade inerente do sistema imunológico de atacar as células de tumor, os laureados estabeleceram uma base inteiramente nova para a terapia contra o câncer”.
Paralelamente, Allison e Honjo desenvolveram estudos sobre proteínas que funcionam como “freios” no nosso sistema imunológico. Ao manipular esses “freios”, eles conseguiram liberar ataques mais potentes das defesas naturais do corpo contra os tumores malignos e outros tipos de câncer. Para o Nobel, “as descobertas seminais dos dois vencedores representam um marco na luta contra o câncer”.
Allison é professor na Universidade do Texas, enquanto Honjo trabalha na Universidade de Kyoto. Os dois vão dividir o prêmio de cerca de 4 milhões de reais.
“Sonhava com isso, mas não pensei que aconteceria. Me parecia demais”, afirmou Allison, 70 anos, à agência de notícias sueca TT.
“Estou honrado em receber este prestigioso reconhecimento”, ele reagiu em seu site. “Os cientistas ambicionam simplesmente forçar as fronteiras do conhecimento, e minha intenção não era estudar o câncer, mas entender a biologia das células T, essas células incríveis que correm pelo nosso corpo para protegê-lo”.
Por sua parte, Honjo disse em uma coletiva de imprensa na Universidade de Kyoto que sua intenção é “continuar com sua pesquisa para que a imunoterapia salve mais pacientes com câncer do que nunca”.
O estudioso americano, nascido no Texas em 1948, estudou a proteína que funciona como um freio no sistema imunológico e se deu conta do potencial de liberar células que atacam tumores, após o que desenvolveu um novo enfoque para tratar os pacientes.
Honjo, nascido em Kioto em 1942, descobriu uma proteína nas células imunológicas e revelou que também funciona como um freio, mas com um mecanismo de ação diferente, o que possibilitou o desenvolvimento de tratamentos de grande efetividade contra o câncer.
O prêmio
O rei Carl XVI Gustaf da Suécia entregará o prêmio em uma cerimônia em Estocolmo em 10 de dezembro, data do aniversário da morte, em 1896, de Alfred Nobel, que registrou em seu testamento o desejo da criação do prêmio.
No ano passado, três geneticistas americanos foram premiados com o Nobel de Medicina por suas pesquisas sobre o relógio biológico, que ilustra a adaptação do corpo aos ciclos do dia e da noite, assim como os transtornos do sono.
Na terça-feira será anunciado o Nobel de Física, seguido pelo de Química na quarta-feira e de Economia na próxima segunda-feira. Na sexta-feira será revelado em Oslo o vencedor do Nobel da Paz.
Pela primeira vez desde 1949, o anúncio do Nobel de Literatura será adiado por um ano pela Academia Sueca, que enfrenta um escândalo vinculado ao movimento #MeToo, com divisões internas e a renúncia de vários membros, o que impede o funcionamento normal da instituição.
(Com AFP e EFE)