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IA pode rastrear sinais de estresse pós-traumático ligado ao parto

Em estudo, tecnologia demonstrou capacidade de apontar quadro ao avaliar relatos de pacientes

Por Ligia Moraes 24 abr 2024, 15h48

Um programa de inteligência artificial generativa foi treinado para identificar sinais de transtorno de estresse pós-traumático relacionado ao parto, avaliando breves declarações narrativas de pacientes que deram à luz.

O estudo, financiado pelos Institutos Nacionais da Saúde (NIH), dos Estados Unidos, foi capaz de detectar uma grande proporção de pacientes com probabilidade de ter o transtorno por meio da ferramenta de IA. E, com refinamentos adicionais, como detalhes de prontuários médicos e dados sobre experiências de parto de populações diversas, o modelo poderia potencialmente identificar uma grande porcentagem de mulheres em risco. Os resultados foram publicados na Revista Nature.

Globalmente, o estresse pós-traumático relacionado ao parto afeta cerca de 8 milhões de pessoas que dão à luz a cada ano, e tem diversas causas, como violência obstétrica e complicações médicas durante o parto. A prática atual para o diagnóstico requer uma extensa avaliação clínica, que costuma ser demorada e cara.

Nesse sentido, os autores defendem a urgência do desenvolvimento de uma triagem eficaz com o potencial de identificar rapidamente e de forma econômica um grande número de pacientes que poderiam se beneficiar do tratamento. A condição não tratada pode interferir na amamentação, no vínculo com o bebê e no desejo de uma gravidez futura, além de piorar a depressão pós-parto. 

Como funciona 

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Os pesquisadores administraram um questionário projetado para triagem do estresse pós-traumático relacionado ao parto a 1.295 mulheres que haviam dado à luz nos últimos 6 meses. As participantes também forneceram narrativas curtas de aproximadamente 30 palavras sobre sua experiência de parto. 

A partir disso, os cientistas selecionaram as pacientes que apresentavam sintomas elevados da condição com base nos resultados do questionário. Em seguida, um modelo de inteligência artificial da OpenAI – mesma empresa desenvolvedora do ChatGPT – o text-embeddings-ada-002, foi utilizado para analisar os relatos dessas mulheres, buscando evidências adicionais do estresse pós-traumático como padrões linguísticos, por exemplo, nas descrições de suas experiências de parto. 

Após a análise, o modelo de IA foi capaz de identificar corretamente as narrativas das mulheres que demonstraram 85% de sensibilidade e 75% de especificidade nos casos positivos do transtorno. 

Os autores acreditam que o modelo pode se encaixar perfeitamente nos cuidados obstétricos de rotina e potencialmente pode ser utilizado para avaliar outros transtornos de saúde mental. Inclusive, poderá, no futuro, tornar o diagnóstico do transtorno mais acessível ao fornecer uma base para o desenvolvimento de produtos comerciais e adoção generalizada.

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