A primeira unidade do hospital de campanha para atender as vítimas das chuvas que causaram destruição e mortes no Rio Grande do Sul começou a funcionar neste domingo, 5, no município de Estrela, segundo a secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Outro equipamento foi transportado para a região de Lajeado, uma das mais impactadas pelas tempestades que atingem o estado desde a semana passada.
O hospital foi instalado para dar suporte ao atendimento de casos de média complexidade e ajudar a reduzir a pressão sobre o hospital municipal, que foi parcialmente alagado.
Segundo o governo federal, a unidade terá suporte de equipes médicas do Hospital Militar de Área de Porto Alegre e da Policlínica Militar, também da capital.
“Esses profissionais atuam na recepção, triagem, ambulatório, sala de medicação, sala de observação e emergência”, informa a nota da secretaria. “Os pacientes mais graves são evacuados para hospitais de maior porte.”
A situação do sistema de saúde do estado, por causa das chuvas torrenciais, pode ser considerada grave. Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Eduardo Leite informou que 110 hospitais foram afetados, dos quais 17 tiveram de interromper suas atividades e 75 funcionam parcialmente.
O outro hospital de campanha foi levado para a cidade de Lajeado, em um voo que saiu do Rio de Janeiro. “Outros dois módulos hospitalares, com capacidade para 60 leitos, também estão no Rio de Janeiro para serem embarcados para o Rio Grande do Sul”, informou a gestão federal.
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), foram transportadas 12 toneladas de equipamentos para a montagem do hospital de campanha de Lajeado.
Além dos ferimentos por acidentes e quedas, a catástrofe climática pode levar a uma série de problemas de saúde, como episódios de leptospirose, tétano e hepatites A e B por meio do contato com a água das enchentes.
Tragédia no Rio Grande do Sul
Desde a última segunda-feira, 29, o estado do Rio Grande do Sul vem sendo devastado por fortes chuvas, que fizeram subir o nível de rios como o Guaíba e o Taquari, causando enchentes e destruição de residências.
Segundo a Defesa Civil, 345 municípios foram atingidos e, até o momento, 850,4 mil pessoas foram afetadas pelo desastre climático. O balanço indica que há 19.368 desabrigados e 121.957 pessoas desalojadas. Foram confirmadas 83 mortes e o número de desaparecidos chega a 111.