França identifica 182 mil passaportes sanitários falsos de Covid-19
Pena para falsificações do documento obrigatório para acessar ambientes fechados no país é de até 5 anos de prisão e multa de 75 mil euros
A França anunciou nesta quarta-feira, 22, que foram identificados 182 mil passaportes sanitários falsos desde que o documento começou a ser exigido no país, em junho, para acesso a locais fechados. “O problema dos passaportes sanitários é que, muitas vezes, são feitos em cumplicidade com médicos ou enfermeiras reais”, disse o ministro do interior da França, Gérald Darmanin. “Mas é algo muito difícil de provar”, acrescentou.
Segundo Darmanin, a utilização, fabricação ou venda de passaportes médicos falsificados, obrigatórios para entrar em lugares como cinemas, restaurantes, museus e transportes públicos, podem acarretar penalização de até cinco anos de prisão e multa de até 75 mil euros (cerca de R$ 485 mil). O documento é um comprovante de vacinação contra a Covid-19, de recuperação da doença ou um teste negativo recente.
Na sexta-feira, 17, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou regras mais rígidas no país e comunicou que o passaporte sanitário se tornará um “passaporte de vacinação” completa e com dose de reforço no início de 2022 – ou seja, o teste negativo para Covid-19 não será mais válido.
Quase 78% da população francesa tomou ao menos uma dose das vacinas contra a Covid-19 e 72% dos habitantes estão completamente vacinados. Como em muitos países europeus, porém, parte da população se nega a tomar a vacina, recorrendo a formas ilegais de se obter o passaporte sanitário.
O país ainda sofre com uma nova onda de infecções causada pela variante ômicron, que avança rapidamente. Diante da situação, o ministro da Saúde francês, Olivier Veran, disse que a França pode, em breve, contabilizar 100 mil novos casos por dia. Mesmo assim, o político reiterou que, por enquanto, o governo não planeja introduzir novas restrições para a contenção do coronavírus e, sim, continuar com as campanhas de vacinação.
De acordo com Veran, espera-se que até 23 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 sejam aplicadas no país. “O objetivo não é reduzir a velocidade de propagação do vírus, porque a variante é muito contagiosa. O objetivo é limitar o risco de casos graves que sobrecarregam os hospitais”, afirmou.. “É por isso que estamos agindo rapidamente em doses de reforço.”