A Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) informou nesta quarta-feira, 17, que monitora 33 pessoas que podem ter sido expostas ao vírus da gripe aviária H5N1 por contato com aves infectadas. Segundo a pasta, um dos indivíduos apresentou sintomas gripais leves e está em isolamento.
As investigações em campo tiveram início nesta terça-feira, 16, na capital, Vitória, e nos municípios de Cariacica e Marataízes. O foco era identificar pessoas que tiveram contato com aves contaminadas. Na última segunda-feira, 15, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) emitiu alerta sobre os primeiros casos detectados no Brasil da Influenza aviária H5N1 em três aves silvestres no litoral do estado.
Em Vitória, foram identificados os 33 possíveis expostos ao vírus no Parque Fazendinha, unidade municipal com 23 mil m². Foi realizada a coleta de amostras, que foram encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen-ES). Nesta quinta-feira, 18, o material deve ser enviado para análise pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A secretaria disse que não há informações sobre o prazo para divulgação dos resultados.
“A Sesa esclarece que as pessoas que tiveram contato com as aves diagnosticadas com a gripe aviária (vírus H5N1) devem ser monitoradas se apresentarem sintomas gripais pelo período de dez dias a partir do contato com a ave contaminada ou com suspeita de contaminação”, informou, em nota. “A população deve evitar estritamente contato com aves doentes ou mortas, incluindo aves silvestres.”
Em fevereiro, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou sobre os riscos de uma epidemia de gripe aviária diante do pior surto da doença desde os anos 1990. Entre outubro de 2021 e o mês passado, foram contabilizados mais de 42 milhões de casos da doença em aves, causando 15 milhões de mortes. Outros 193 milhões de animais tiveram de ser sacrificados. No final de março, foi confirmado o primeiro caso da infecção em um ser humano no Chile.
Até o momento, não há episódios conhecidos de transmissão de humano para humano. Mesmo assim, o tema preocupa a comunidade científica, pois as vacinas atuais contra a gripe protegem apenas contra as cepas H1N1 e H3N2 da Influenza. Além disso, existe a possibilidade de adaptação do vírus, algo que faz parte da natureza desses microrganismos, ou ocorrer um surto desencadeado pelo alto número de casos entre aves de criação e o contato frequente de humanos com os animais.