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Especialistas discutem o futuro da saúde

Evento da Johnson & Johnson Medical Devices reuniu grandes nomes da medicina e contou com a presença de Frederic Moll, o pai da cirurgia robótica

Por Ana Carolina Pereira, de Abril Branded Content
Atualizado em 14 out 2019, 16h17 - Publicado em 8 out 2019, 11h57
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  • Ao nascer em 2019, uma criança brasileira tem expectativa de vida que varia entre 73 anos, para homens, e 80, para mulheres, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).¹ E a tendência é que esses números não parem de crescer. Mas como garantir que também serão anos melhores e mais saudáveis? Como garantir que os idosos do futuro viverão com qualidade? E mais: como fazer a gestão da saúde para que o sistema comporte os gastos e demandas cada vez maiores?

    O evento HealthCare 2020: A Democratização do Bem-Estar, organizado pela Johnson & Johnson Medical Devices, reuniu cirurgiões, gestores hospitalares, planos de saúde, associações de indústria, healthtechs, sociedades médicas e entidades do governo em âmbito nacional e internacional justamente para discutir os caminhos da medicina na próxima década, com foco em como a tecnologia e a inovação podem transformar o sistema de saúde, principalmente no que se refere às cirurgias – uma das áreas de maior oportunidade para a virada digital e sustentável do setor. 

    Se viajarmos no tempo, há evidências de procedimentos cirúrgicos desde a Pré-História, passando por registros pintados em tumbas egípcias e ilustrações da Roma Antiga. O avanço da medicina proporcionou a tentativa do até então inimaginável manejo de órgãos vitais e, em 1960, o americano Denton Cooley fez história ao transplantar o primeiro coração artificial em uma cirurgia bem-sucedida, se tornando um marco no mundo. O futuro havia chegado e nada mais parecia impossível.

    Hoje, discute-se a cirurgia digital – uma plataforma que conta com console de robótica integrado a Inteligência Artificial e Big Data e permite que o cirurgião conecte-se com colegas do mundo todo durante um procedimento – como uma prática que está a poucos passos de se tornar trivial no cotidiano médico. 

    “A Johnson & Johnson acompanha a evolução da cirurgia desde sua fundação, em 1886. Nosso primeiro produto foi uma compressa estéril pronta para o uso, lançada em uma época em que se questionava se era mesmo necessário que o médico lavasse as mãos. Agora, isso é uma coisa básica, incorporada em qualquer procedimento há muito tempo. Daqui a alguns anos, a cirurgia digital será a principal forma de operar e talvez nem nos lembremos de como era antes”, contou Adriano Caldas, presidente da Johnson & Johnson Medical Devices Brasil.

    Presença mais do que especial

    Quem vai ajudar a empresa a fazer parte de mais uma importante transição na medicina é o próprio pai da cirurgia robótica. Com quase 40 anos de carreira e brilho no olhar de quem quer fazer acontecer, Frederic Moll acredita que a tecnologia no campo médico está só no começo. “Se você olhar a robótica hoje, ela não é tão inteligente. Na medicina, ela é treinada para repetir os movimentos realizados fora do corpo, mas não tem habilidade de sentir e entender o ambiente ou capacidade de tomar decisões cirúrgicas”, disse.

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    O renomado desenvolvedor e empresário de dispositivos médicos carrega um currículo extenso, que inclui estudos nas universidades de Stanford e Berkeley, além de passagem pelo Vale do Silício. Desde abril, também faz parte do time Johnson & Johnson Medical Devices como líder de desenvolvimento global. Moll ingressou na JJMD quando a Auris Health, fundada em 2007, foi adquirida pela multinacional, em abril de 2019. 

    A parceria tem como principal objetivo avançar nas áreas de diagnóstico e tratamento do câncer de pulmão e outras especialidades cirúrgicas com a ajuda de robôs endoscópicos que entram no organismo pelos orifícios naturais e conseguem chegar aos órgãos e navegar por eles, inclusive nas partes mais estreitas, identificando lesões, auxiliando no diagnóstico e, posteriormente, sendo capazes de dissecar tumores e injetar o tratamento de maneira assertiva e minimamente invasiva. 

    De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil. É o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. Cerca de 13% de todos os casos novos de câncer são de pulmão.² Para Moll, esse cenário tem muito a ver com o difícil diagnóstico da doença. “A tecnologia existente para esse tipo de caso é ineficiente. Não raramente há falha na descoberta de tumores, atrasando o diagnóstico e o tratamento e reduzindo as chances de cura.”

    A decisão de Moll em se unir à divisão de dispositivos médicos da Johnson & Johnson visa justamente a chance de tornar possível um avanço mais rápido, efetivo e acessível. Ele viajou a São Paulo para falar sobre o tema e, recebido sob aplausos, abriu as discussões com uma palestra animadora sobre um futuro tangível e, ao mesmo tempo, impressionante.

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    Uma conversa abrangente

    Para englobar toda a cadeia médica, o HealthCare 2020 contou ainda com a participação de cirurgiões, representantes de planos de saúde, grandes empregadores, redes de hospitais e empresas focadas em tecnologia. Outra questão tão importante quanto as inovações são os custos. Quem vai pagar pelo acesso a esses avanços?

    “A resposta é simples: o acesso a essa tecnologia será financiado pela sua contribuição na redução drástica do nível de desperdício nos gastos da saúde, que hoje gira em torno de 30%  do total”, declara Fabricio Campolina, líder de HealthCare Transformation da Johnson & Johnson Medical Devices – área focada em acelerar a inovação por meio da transformação digital e adoção de um modelo de cuidado baseado em valor. “Combinar incentivos aos médicos, à indústria e aos hospitais para gerar resultado clínico ao paciente permitirá, além de saltos significativos em produtividade, por conta da transformação digital, a democratização do acesso ao bem-estar”, explicou. 

    Durante três painéis de discussão que tiveram como temas centrais o Paciente, a Medicina e a Cirurgia, os convidados ressaltaram que o custo de um tratamento diminui drasticamente se forem usadas tecnologias para detectar doenças precocemente. Além disso, o uso de Big Data aumenta as chances de eficiência e resposta do paciente ao tratamento. Para isso, é importante disponibilizar o histórico do paciente em um único e eficiente banco de dados disponível a qualquer médico e instituição, ajudando o corpo clínico a tomar as melhores decisões nos mais diferentes casos.

    O paciente do futuro também entrou em pauta. Com cada vez mais acesso a informações, ele deverá ser mais participante de seu próprio cuidado, tanto no que diz respeito à medicina preventiva quanto reivindicando ainda mais transparência na tomada de decisão de seu tratamento, até quebrando qualquer resistência da parte médica em relação às inovações que estão por vir. “Se o paciente exigir certo tipo de tecnologia, o médico vai entender que precisa se atualizar em relação às inovações, pois o paciente já vai chegar ao consultório com uma demanda muito clara, que não lhe permite mais continuar apostando em uma tecnologia ultrapassada”, afirmou Moll.

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    O futuro é digital

    O encontro é o ponto alto da transformação digital da Johnson & Johnson Medical Devices, que começou, em 2015, por meio de uma parceria com o Google, com a criação da Verb Surgical, plataforma em desenvolvimento que permitirá trocas de conhecimentos entre profissionais durante cirurgias e outros procedimentos.

    Sertac Guzel, diretor de marketing da Verb Surgical, contou que a plataforma foi projetada para uma variedade de especialidades, transformando a noção de um sistema convencional assistido por robótica em um sistema de gerenciamento de informações para os cirurgiões, que combinará robótica com instrumentação de precisão avançada, visualização aprimorada, conectividade e recursos de aprendizado da máquina. “O aprendizado e o avanço não acontecerão mais de forma isolada. Sistemas e cirurgiões serão capazes de aprender com outros médicos ao redor do mundo, levando a uma inteligência e capacidades coletivas crescentes para a melhoria contínua de habilidades, tomada de decisão e resultados.”  

    Hoje, muitas dessas soluções ainda parecem utópicas. Mas o futuro está batendo à porta e, no fim das contas, o objetivo é um só: “Encontrar soluções para o melhor desfecho para o paciente e para todo o sistema de saúde. É nisso que acreditamos como companhia – está escrito em Nosso Credo – e seguimos trabalhando para isso”, concluiu Caldas. 

    1. UOL: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/bbc/2019/02/05/expectativa-de-vida-por-que-as-mulheres-vivem-mais-do-que-os-homens.htm. Acesso em: 26 set 2019.
    2. INCA – Tipos de Câncer / Câncer de pulmão: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao. Acesso em: 26 set 2019. 
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