Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Entenda o câncer e a metástase cerebral que matou Glória Maria

Diagnosticada com câncer de pulmão, a jornalista morreu na manhã desta quinta-feira, no Rio de Janeiro. Especialista comenta

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 fev 2023, 14h47 - Publicado em 2 fev 2023, 12h28
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em 2019, Glória Maria, que morreu na manhã desta quinta-feira 2, no hospital CopaStar, da Rede D’Or, no Rio de Janeiro, foi diagnosticada com câncer de pulmão. Na época, ela se submeteu a uma imunoterapia com sucesso, até que em novembro do mesmo ano sofreu uma metástase no cérebro, que originou uma lesão expansiva cerebral, mostrada em uma ressonância magnética e totalmente retirada por meio de cirurgia. Mas os novos tratamentos não avançaram e a metástase retornou. “Em meados do ano passado, Glória Maria começou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias, e Glória morreu esta manhã”, informou a TV Globo em comunicado.

    A principal característica do câncer do pulmão é o desenvolvimento de metástases – quando o câncer se espalha e evolui no organismo –, já que os pulmões são órgãos ricamente vascularizados tanto pela circulação sanguínea como pela linfática, o que favorece essa “viagem” das células cancerígenas para outras partes do corpo. E o cérebro é um órgão extremamente comum para a metástase de câncer de pulmão. “Chamamos o órgão de ‘santuário’ porque muitos medicamentos não chegam até o cérebro. Essas metástases têm que ser tratadas com radioterapia”, diz Clarissa Mathias, oncologista do grupo Oncoclínicas e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

    De forma simplificada, quando o câncer localizado em uma parte do corpo causa metástases em outro órgão, as células que formam o novo tumor mantêm as suas características de origem, como se fossem “clones”. Geralmente, a metástase é diagnosticada durante os exames de acompanhamento do paciente após o fim do tratamento de um câncer primário. Os exames que a detectam na maioria das vezes são os radiológicos, como raio-X, tomografia, ressonância magnética e PET-Scan. Alterações nos resultados de exames de sangue também podem levantar a suspeita de metástase, indicando a presença de proteínas que são liberadas quando há câncer e quando há metástase.

    Vale lembrar que, assim como os cânceres primários, a metástase pode ser assintomática em muitos casos. Quando os sintomas se manifestam, dependem do tamanho e da localização dos tumores metastáticos. Mas quando existem sintomas, são semelhantes aos sinais dos tumores primários: dores no corpo; dor de cabeça persistente; problemas de visão, tontura; convulsões; falta de ar; febre; perda de peso sem motivo aparente.

    Por isso, é importante seguir o protocolo de tratamento convencional indicado para o tipo de tumor primário, podendo nessa situação ser recomendadas quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia, que “destrava” o sistema imunológico para que lute contra o tumor. No caso da Glória Maria, ela tratou o tumor com imunoterapia e o protocolo foi seguir com essa alternativa terapêutica assim que a metástase no cérebro foi detectada. Em casos de câncer de pulmão metastático, estima-se que 40% são metástases cerebrais. Foi o caso da Glória Maria.

    Continua após a publicidade

    Segundo a médica, a metástase acontece porque as células cancerígenas que saem do pulmão caem na corrente sanguínea e podem se alojar no cérebro, encontrando meios para crescimento e formando as lesões expansivas cerebrais, tratadas normalmente com radioterapia ou removidas cirurgicamente como aconteceu com a jornalista em 2019. “Mesmo com a remoção, porém, a metástase cerebral normalmente é seguida pelo aparecimento de outras lesões. Na grande maioria dos casos, o câncer retorna”, alerta a médica.

    Sinais de alerta e rastreamento

    Quando o paciente é diagnosticado com câncer de pulmão, é importante fazer o rastreamento do cérebro por meio de tomografia computadorizada. “Uma vez em tratamento, alterações como dor de cabeça, aparecimento de convulsões, enjoos persistentes, tudo isso deve levantar um alerta em relação a aparição da metástase”, diz a especialista. “Hoje em dia houve uma mudança muito grande no tratamento de câncer do pulmão. Temos a imunoterapia e as terapias-alvo, que são extremamente assertivas para aqueles pacientes que têm determinadas mutações”, acrescenta.

    Continua após a publicidade

    Mas ela insiste na importância do rastreamento, em especial entre os fumantes, o que pode evitar e reduzir a morte em cerca de 21%. “A melhor forma de prevenir o câncer de pulmão é obviamente não fumar. Sabemos que o cigarro é o principal fator de risco, representando 90% dos casos de câncer de pulmão. E chamar a atenção para o cigarro eletrônico, em especial entre os jovens, outro fator grande de risco”, alerta Clarissa.

    O diagnóstico é dificultado ainda pela falta de sintomas na fase inicial. “Quando o paciente começa a ter alterações de tosse, tossir com sangue, perda de peso, já é um tumor mais avançado.” Exatamente por isso, há uma luta das sociedades médicas e pneumologistas para que anualmente esses fumantes façam tomografia para avaliação da possível presença de tumores e uma maior conscientização por esse rastreamento, já que o exame de tomografia computadorizada não é usual como a mamografia, por exemplo. “O ideal seria uma rotina anual para pacientes fumantes, que obrigatoriamente devem ter acompanhamento de um pneumologista”, finaliza a médica do Grupo Oncoclínicas.

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.