O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira o fim da emergência nacional para zika. A decisão foi tomada diante da redução do número de casos da doença e seis meses depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspender o estado de emergência internacional pelo vírus.
Estado de emergência
O estado de emergência teve início em novembro de 2015. À época, no entanto, a emergência era específica para microcefalia, uma má-formação até então considerada rara e que teve um aumento inexplicado no período, sobretudo nos estados de Pernambuco e Paraíba.
Na ocasião, já havia a suspeita de que a explosão de nascimentos de bebês com o problema era provocada pela infecção do vírus zika. A hipótese foi confirmada meses depois.
Desde então, o Brasil registrou 13.490 casos suspeitos de microcefalia, dos quais 2.653 foram confirmados. Justamente por isso, o anúncio do fim da emergência nacional dividiu integrantes do Ministério da Saúde.
Ressalvas
O receio maior é de que, com o fim da emergência, a assistência a crianças com o problema, que hoje já é considerada falha, seja afetada. Opositores da medida argumentam que, somente neste ano, já foram quase 1.000 novos casos suspeitos de microcefalia notificados.
Embora bem menor do que a registrada no passado, é uma marca ainda considerada extremamente preocupante. Além disso, há ainda 3.000 crianças em investigação, com suspeita da doença.
A Secretaria de Vigilância em Saúde justifica o fim da emergência no Regulamento Sanitário Internacional.
Arboviroses
De janeiro a abril de 2017 houve redução de 90,3% dos casos de dengue; 95,3% de zika e 68,1% de chikungunya em relação a 2016.
De acordo com o governo, a redução dos casos de arboviroses no país pode ser atribuída à mobilização nacional, maior proteção da população e escassez de chuvas em determinadas regiões do país, o que desfavorece a proliferação do Aedes aegypti.
(Com Estadão Conteúdo)