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Programa prevê risco de epidemia de zika em tempo real

Um programa de computador desenvolvido nos EUA consegue prever, em tempo real, o risco de epidemia de zika no estado do Texas

Por Da redação
Atualizado em 3 Maio 2017, 21h02 - Publicado em 3 Maio 2017, 21h02

A ideia de prever o risco de uma epidemia em tempo real, em determinada região, parece ficção científica para você? Pois saiba que isso já é uma realidade, pelo menos no que diz respeito ao zika, no estado do Texas, nos Estados Unidos. Um programa de computador desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Texas em Austin é capaz de calcular a probabilidade de que a presença de dois casos da doença em uma determinada área conduza a uma epidemia.

“Nosso modelo foi projetado para quantificar o risco de surtos zika local como casos se acumulam em todo Texas, levando em conta padrões de viagens internacionais, habitat de mosquito e a baixa taxa de detecção de infecções zika. Sua estrutura flexível pode ser facilmente aplicada a outros estados dos EUA e adaptado para avaliações de risco de outros arbovírus emergentes, incluindo chikungunya, dengue e febre amarela.”, disse Spencer Fox, coautor do estudo.

Baseada em simulações em tempo real de todos os condados – subdivisão administrativa dos estados americanos – do estado do Texas, a ideia veio após os Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) recomendarem, no ano passado, que as autoridades de saúde pública desencadeassem uma intervenção epidêmica quando dois casos de zika não-familiares adquiridos localmente fossem relatados na mesma área. O problema é que as taxas de importação e transmissão de zika variam amplamente, o que significa que dois desses casos podem representar ameaças muito diferentes em locais diferentes. 

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O modelo

O novo modelo busca, justamente, solucionar essa lacuna. Publicado nesta quarta-feira no periódico científico BMC Infectious Diseases, o modelo de simulação de computador tem uma base de dados que inclui dinâmica populacional, taxas históricas de infecção, socioeconomia e densidade de mosquitos nos 254 condados no estado de Texas. 

Ao combinar todos os dados, os pesquisadores descobriram que o risco de uma epidemia zika varia muito entre os condados do Texas. Por exemplo, mesmo que dois casos sejam relatados no mesmo local, a maioria dos condados do estado não terá quase nenhum risco de uma epidemia, enquanto alguns terão um risco superior a 50%.

O modelo conseguiu prever, por exemplo, que o condado de Harris, no qual está a cidade de Houston – uma das principais do Estado -, e o condado de Travis, que inclui a cidade de Austin, têm as taxas as mais elevadas de introduções de zika por viajantes infectados. Descobriu-se também que os condados localizados na região sudeste do Texas correm maior risco de transmissão zika de uma pessoa para outra.

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“A recomendação do CDC de intervir após dois casos relatados zika deve garantir ação antecipada em qualquer lugar, mesmo que o risco risco epidêmico possa variar enormemente dentro de um único estado. Nosso modelo quantifica essa variação no risco e pode ajudar as autoridades a priorizar áreas de alto risco para monitoramento e recursos de intervenção”, afirmou Lauren Castro, coautora do estudo.

Duas variáveis

Este é o primeiro estudo a avaliar tanto o risco da chegada do zika a uma área quanto o risco de disseminação local por mosquitos. A flexibilidade do design do modelo significa que à medida que novas informações se tornam disponíveis sobre a dinâmica Zika, epidemiologia e biologia podem ser atualizadas para ajudar as autoridades de saúde pública a avaliarem a consciência situacional, de acordo com os pesquisadores.

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Lauren Ancel Meyers, coautora do estudo, acrescentou: “Surtos de Zika exigem a importação da doença por viajantes infectados seguido de transmissão local mosquito. Nosso modelo combina esses processos para estimar o risco de emergência local. Isso permite que os formuladores de políticas pensem cuidadosamente sobre a tolerância ao risco – a certeza necessária antes de intervir e as conseqüências potenciais de intervenções prematuras ou atrasadas”.

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