Drogas mataram 183 mil pessoas em 2012, segundo ONU
Número de mortos é 13% menor que o de 2011. Relatório identificou que o consumo de maconha diminuiu no mundo, exceto nos Estados Unidos
Um novo relatório do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) divulgado nesta quinta-feira apontou que 183.000 pessoas morreram em 2012 em decorrência do uso de drogas em todo o mundo. O número é 13% menor que o de 2011 (210.000 óbitos). Segundo o UNODC, a principal razão para essa queda foi a diminuição das mortes em alguns países da Ásia.
O documento considera mortes relacionadas a drogas aquelas decorrentes de overdose, transmissão de HIV por drogas injetáveis, suicídio e traumas não intencionais sofridos por usuários.
O UNODC calculou que, em 2012, entre 152 e 325 milhões de pessoas experimentaram ao menos uma vez alguma droga ilícita. O número de consumidores habituais ou dependentes permaneceu estável: de 16 a 39 milhões de pessoas. Maconha, opiáceos, cocaína e estimulantes anfetamínicos foram as drogas predominantes.
Os opiáceos (substâncias derivadas do ópio, como a heroína) e os opioides (medicamentos que usam o ópio como princípio ativo, a exemplo da morfina) lideraram a lista de produtos que causaram mais doenças e mortes. Pelo terceiro ano consecutivo, o Afeganistão, país líder no cultivo de papoula (planta da qual se extrai o ópio), registrou aumento na superfície de cultivo: de 154.000 hectares em 2011 para 209.000 em 2012.
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Maconha – De acordo com o UNODC, o consumo de maconha diminuiu no mundo, exceto nos Estados Unidos. “A impressão de que a maconha não é tão perigosa levou ao aumento de sua utilização no país”, diz o documento. Sobre o impacto da recente legalização do consumo da droga no Uruguai e em alguns Estados americanos, o relatório diz que serão necessários anos de vigilância para avaliar seus efeitos.
Cocaína – Em relação à cocaína, o documento afirma que seu consumo está concentrado na América, Europa e Oceania. “Praticamente toda a produção mundial é realizada em três países da América do Sul (Bolívia, Colômbia e Peru). Embora a fabricação e o tráfico dessa droga tenham tido grande repercussão no hemisfério ocidental, há indícios de que sua disponibilidade mundial diminuiu”, diz o relatório.
No fim de 2012, a área dedicada ao cultivo de coca, produto base para a cocaína, era de 133.700 hectares – 14% menor do que em 2011 e a mais baixa desde 1990, quando os registros começaram. “Na América do Sul, o consumo e o tráfico de cocaína se tornaram mais notórios, em especial no Brasil, por fatores como sua localização geográfica e sua numerosa população urbana”, explica o documento. O UNODC menciona um pesquisa de 2009 da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) segundo a qual 3% dos universitários brasileiros usam cocaína.
(Com AFP)