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Diabetes tipo 2 eleva risco de asma, e vice-versa, aponta pesquisa

Especialistas acreditam que fatores inflamatórios e desequilíbrios hormonais ajudam a explicar a troca de riscos entre as duas condições

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 set 2024, 17h00

Uma nova pesquisa, apresentada durante a reunião anual da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD, na sigla em inglês), trouxe à tona uma associação inesperada entre duas condições: diabetes tipo 2 e asma. Com base em dados de mais de 17 milhões de pessoas, o estudo indicou que pessoas com diabetes tipo 2 têm 83% mais chances de desenvolver asma ao longo da vida, e quem sofre de asma possui um risco 28% maior de ter diabetes tipo 2.

Segundo os pesquisadores, os dados indicam uma relação bidirecional. Isso significa que tanto quem já tem diabetes tipo 2 precisa monitorar sinais de problemas respiratórios, quanto asmáticos devem ficar atentos ao risco aumentado de desenvolver diabetes.

Quadros severos

Além disso, o estudo identificou que a gravidade da asma está diretamente relacionada a um risco maior de desenvolver diabetes tipo 2. Os pacientes com quadros mais severos de asma apresentaram maior incidência de diabetes. No entanto, a duração da asma — ou seja, o tempo que a pessoa convive com a condição — não teve impacto significativo no aumento do risco de diabetes.

Entre os fatores que agravam o cenário, condições como hipertensão e níveis elevados de colesterol e triglicerídeos (dislipidemia) também foram associados a uma maior probabilidade de desenvolver as duas condições. Isso indica que o controle desses fatores de risco pode ser uma chave importante para prevenir complicações em ambos os casos.

Os resultados sugerem que o rastreamento de diabetes ou pré-diabetes em pacientes asmáticos deveria se tornar uma prática comum. Da mesma forma, quem tem diabetes tipo 2 precisaria de monitoramento contínuo para identificar sinais de comprometimento respiratório. Com o aumento global de diagnósticos de diabetes e asma, essa nova visão também aponta para a importância de estratégias preventivas mais abrangentes, que vão além de apenas tratar uma doença isolada.

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Foco em inflamação e medicamentos

Os mecanismos exatos que ligam diabetes tipo 2 e asma ainda não são completamente compreendidos, mas os pesquisadores sugerem algumas possíveis explicações. A primeira hipótese está ligada ao papel da inflamação crônica, que é uma característica central tanto no diabetes tipo 2 quanto na asma.

No diabetes, o excesso de glicose no sangue causa inflamações sistêmicas que podem afetar várias partes do corpo. Na asma, a inflamação é concentrada nos pulmões, mas pode ter impactos no metabolismo de forma mais ampla.

Outra possível explicação envolve o uso de medicamentos para tratar asma, especialmente corticoides inalados ou orais. Estes são conhecidos por causar alterações metabólicas, como aumento dos níveis de glicose no sangue, o que pode contribuir para o desenvolvimento do diabetes tipo 2.

Além disso, a obesidade é um fator de risco comum para as duas condições. O acúmulo de gordura abdominal e a resistência à insulina aumentam o risco de diabetes, ao mesmo tempo em que contribuem para o agravamento dos sintomas da asma.

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Efeitos da inflamação crônica

Embora a pesquisa tenha demonstrado uma relação clara entre diabetes tipo 2 e asma, os cientistas destacam que ainda há muito a ser investigado. O estudo abriu portas para novas linhas de pesquisa, especialmente na busca por entender os mecanismos biológicos que conectam essas condições.

Estudos futuros poderiam focar em entender como a inflamação crônica afeta diferentes órgãos e sistemas, além de investigar possíveis intervenções terapêuticas que possam beneficiar tanto pacientes com asma quanto com diabetes. Outra questão a ser explorada é se mudanças no tratamento da asma — como o uso de alternativas aos corticoides — podem ajudar a reduzir o risco de diabetes entre esses pacientes.

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