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Descobertas sobre rugas e cabelos brancos podem ajudar a tratar câncer

Sinais de envelhecimento precoce ajudaram pesquisadores a desenvolver tratamento para sarcoma

Por Diego Alejandro
9 jun 2023, 16h00

Sarcomas são tumores malignos raros que, na maioria dos casos, têm origem nas células que formam as chamadas partes moles do corpo, como músculos, gordura, tendões, ligamentos, vasos sanguíneos e nervos periféricos. É um tipo raro, diagnosticado em apenas 1% dos pacientes com câncer, porém bastante complexo e difícil de tratar.

Métodos para identificar o prognóstico do sarcoma já existem, assim como diferentes formas de tratamento. No entanto, um novo estudo dinamarquês pode ter encontrado uma terapia capaz de ajudar os pacientes com a forma mais agressiva da doença.

A equipe de pesquisa começou estudando raros distúrbios neurológicos, como a síndrome de Werner. Pacientes que apresentam essas doenças também exibiam sintomas de envelhecimento precoce, como cabelos grisalhos, rugas e perda de tecido adiposo – tal qual alto risco de desenvolver câncer em idade precoce.

“À medida que envelhecemos, muitas coisas acontecem com o corpo e determinar a causalidade pode ser difícil. Mas, em pessoas que sofrem de síndrome de Werner, é mais fácil ver quais genes são responsáveis por quais processos. Isso nos dá uma fundação molecular, por assim dizer”, esclarece Morten Scheibye-Knudsen, do Centro de Envelhecimento Saudável da Universidade de Compenhague, responsável pelo novo estudo.

A fim de estabelecer por que esses pacientes desenvolvem câncer em tenra idade, os pesquisadores compararam as expressões gênicas em três distúrbios. Descobriu-se que a proteína cep135 é um denominador comum para os genes do câncer. “Isso nos fez estudar as expressões gênicas de vários tipos de câncer e aprendemos que o cep135 está associado à alta mortalidade em sarcoma, mas também no câncer de bexiga”, explica Scheibye-Knudsen.

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Por fim, os cientistas buscaram formas de inibir o sarcoma. A proteína Cep135 não é um alvo útil, pois é uma molécula estrutural, que é difícil de atingir. Em vez disso, o trabalho se baseou na inibição de um gene chamado plk1, que também pausa o crescimento das células do sarcoma.

A descoberta pode dar origem a um novo tipo de tratamento para tumores que tenham esse componente genético.

“O estudo indica que podemos usar doenças genéticas que apresentam envelhecimento acelerado para identificar novos alvos de tratamento. Neste caso, investigamos o câncer, mas o método pode, em princípio, ser usado para todas as doenças relacionadas à idade, como demência, doenças cardiovasculares e outras ”, diz Scheibye-Knudsen.

O professor espera que outros pesquisadores com acesso às instalações de teste necessárias estudem seus resultados com mais detalhes. Se o método funcionar, Scheibye-Knudsen acredita que um novo tratamento pode estar disponível para os pacientes de cinco a dez anos.

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