Foi o Sudeste a primeira região a sofrer os impactos da pandemia da Covid-19. São Paulo foi porta de entrada para a infecção inicial pelo novo coronavírus e o Rio de Janeiro também foi duramente afetado. O Nordeste seguiu caminho semelhante e teve um estrondoso aumento de casos ainda quando o país aprendia a lidar com o avanço da doença, no primeiro semestre do ano.
Há, no entanto, uma clara mudança no horizonte. Dados de abril, em comparação com os mais atualizados índices epidemiológicos de setembro, mostram não só forte desaceleração, como também que o vírus agora chega ao Brasil de forma muito menos regionalizada. O Sudeste, por exemplo, que acumulava 47,4% de todos os casos em 30 de abril, hoje está com 34,7%. A mesma tendência segue o Nordeste, que à época reunia 30,6% e agora tem 19,4% de todas as notificações. Ou seja, a predominância dessas regiões diminuiu em 36,6% e 26,7%, respectivamente.
Centro-Oeste e o Sul, no entanto, subiram seus indicadores: de 2,4% e 4,9% para 18,9% e 17,2%, respectivamente, durante o mesmo período. O Norte baixou de 14,7% para 9,8%.
Observando as médias móveis de todas as regiões e do Brasil nas últimas semanas, é possível perceber que, mesmo com a movimentação do vírus entre essas localidades (e aumento do contágio em algumas delas), não há descontrole no aumento de casos. Essa mudança está mais ligada a uma movimentação do vírus, já esperada pelos epidemiologistas. É também um indicativo de que as regiões inicialmente mais afetadas conseguiram controlar o escalonamento de infecções.
O diagnóstico da média móvel do Brasil, totalizada em 30.364 casos e 760 mortes neste sábado, 19, também tende para a análise de que os picos de crescimento acelerados e constantes têm sido superados.