Um estudo clínico realizado pela Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, no interior do estado, revelou que a colchicina, medicamento utilizado para o tratamento de gota (doença causada pelo aumento de ácido úrico no sangue), pode acelerar a recuperação de pacientes com Covid-19 ao combater a infecção pulmonar causada pelo novo coronavírus. O artigo foi divulgado no dia 12 de agosto em uma plataforma de analises científicas, mas ainda necessita de revisão pelos pares.
“Voluntários tratados com o fármaco ficaram livres da suplementação de oxigênio, em média, três dias antes do que os pacientes que receberam apenas o protocolo terapêutico padrão do hospital. Além disso, puderam voltar para casa mais cedo”, disse o médico Renê Oliveira, que coordenou o estudo no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) à agência do Fundação de Apoio à Pesquisa de São Paulo (Fapesp).
O estudo randomizado duplo cego foi realizado entre os dias 1º de abril e 6 de julho. Do total, 35 pessoas foram analisados durante todo o período de internação. Dezoito deles receberam placebo e outros dezessete receberam a colchicina. Pacientes que deram entrada na UTI foram retirados do estudo.
De acordo com a agência, os pesquisadores concluíram que o uso do medicamento apresentou bons resultados em três frentes: diminuiu o tempo em que era necessário apoio respiratório, reduziu o período geral de internação e baixou as taxas de proteína C- reativa no sangue — a molécula é considerada o principal marcador de inflamação sistêmica. O efeito adverso mais comum detectado foi a diarreia. Não houve relato de problemas cardíacos.
Estudos clínicos com um número maior de pacientes devem ser realizados para avaliar em maior escala o uso da colchicina. A análise será aberta, todos os participantes, desta vez, tomarão o fármaco.