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Coronavírus pode ter começado a se espalhar na China em outubro de 2019

Estudo da Universidade de Kent, no Reino Unido, sugere que o primeiro caso de Covid-19 pode ter ocorrido 2 meses antes da notificação oficial

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 jun 2021, 16h10 - Publicado em 25 jun 2021, 11h44

O novo coronavírus pode ter começado a se espalhar na China em outubro de 2019, dois meses antes de o primeiro caso oficial da doença ser identificado na cidade chinesa de Wuhan. As informações são de um estudo feito pela Universidade de Kent, no Reino Unido, publicado nesta sexta-feira, 25, no periódico científico PLOS Pathogens.

Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após usarem métodos da ciência da conservação para estimar a data de surgimento do Sars-CoV-2, nome oficial do novo coronavírus. Os resultados apontaram que o vírus apareceu pela primeira vez entre o início de outubro e meados de novembro de 2019. A data mais provável para o surgimento do vírus é 17 de novembro de 2019. Ou seja, pelo menos um mês antes da notificação do primeiro caso oficial de Covid-19 na China, em dezembro de 2019. Na época, a desconhecida pneumonia foi vinculada ao mercado de frutos do mar de Huanan, em Wuhan.

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No entanto, estudos anteriores já mostraram que alguns dos primeiros casos registrados da doença não tinham conexão conhecida com o mercado de Wuhan, o que implica que o Sars-CoV-2 já estava circulando antes de chegar ao local. Até a Organização Mundial da Saúde (OMS), em uma publicação recente feita em parceria com a China, reconheceu que podem ter ocorrido infecções esporádicas do novo vírus em humanos antes do surto de Wuhan.

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O novo estudo também aponta que o novo coronavírus provavelmente já havia se espalhado pelo mundo em janeiro de 2020. Os cálculos mostram que os primeiros casos fora da China podem ter ocorrido por volta de 3 de janeiro, no Japão. Na Europa, as primeiras infecções teriam sido na Espanha, por volta de 12 de janeiro, enquanto o primeiro caso nos Estados Unidos teria ocorrido em 16 de janeiro.

Em outro artigo, divulgado esta semana em uma plataforma pré-publicação – antes da publicação oficial em uma revista científica -, o pesquisador Jesse Bloom, do Fred Hutchinson Cancer Research Center, em Seattle, nos Estados Unidos, recuperou dados de sequenciamento genômico dos primeiros casos de Covid-19 na China, que haviam sido deletados de uma base de dados. As informações mostram que as amostras retiradas do mercado de Huanan “não eram representativas” do Sars-CoV-2 como um todo e eram uma variante de uma sequência progenitora que circulava anteriormente, que se espalhou para outras partes da China.

O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos confirmou à Reuters que as amostras usadas no estudo foram submetidas ao Sequence Read Archive (SRA) em março de 2020 e, posteriormente, excluídas a pedido de pesquisadores chineses, que disseram que seriam atualizadas e enviadas a outra base de dados. Críticos afirmam que a exclusão é mais uma evidência de que a China estava tentando encobrir as origens da Covid-19.

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Vírus adaptados aos humanos

Há ainda um terceiro estudo recente, publicado na quinta-feira, 24, na revista científica Scientific Reports, que sugere que o novo coronavírus já estava adaptado aos humanos quando surgiu. Pesquisadores australianos chegaram a essa conclusão após dados genômicos mostrarem que o SARS-CoV-2 se liga a receptores humanos com muito mais facilidade do que outras espécies.

O resultado ainda não é suficiente para corroborar a tese de que o vírus vazou de um laboratório, mas segundo os pesquisadores, também não é possível descartar essa possibilidade. Outra hipótese seria a existência de outro animal não identificado com afinidade ainda mais forte que servisse como espécie intermediária.

Com Agência Brasil

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