O Ministério da Saúde atualizou na noite desta quinta-feira, 4, o número de casos e mortes por Covid-19. De acordo com o levantamento das secretarias regionais, foram registrados nas últimas 24 horas 30.925 casos e 1.473 mortes em decorrência do novo coronavírus. Os dados apontam, pelo terceiro dia consecutivo, o maior número contabilizado no período. O índice supera a alta desta quarta, quando foram registrados 1.349 óbitos. Já o número de novos diagnósticos é o segundo maior no período de 24 horas já contabilizado, perdendo apenas para o dia 30 de maio, quando o governo anunciou 33.274.
No total, são 34.021 óbitos acumulados e 614.941 diagnósticos positivos no país desde o início da pandemia. Com esses números, o Brasil ultrapassou a Itália em mortes e é o terceiro país com maior número de vítimas no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com 107.474, e do Reino Unido, com 39.987, de acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins.
Há ainda 254.963 pacientes recuperados e 325.957 casos em acompanhamento. Óbitos suspeitos somam 4.159 ocorrências.
A divulgação dos dados tem ocorrido cada dia mais tarde. Na gestão de Luiz Henrique Mandetta, ainda no começo da pandemia, o balanço era apresentado diariamente em entrevista à imprensa às 17h. Quando Nelson Teich assumiu, no começo de maio, os dados passaram a ser divulgados depois das 19h. Na quarta, 3, data com o maior número de mortes confirmadas em 24 horas, 1.349 no total, a equipe do Ministério da Saúde informou que o dado sairia apenas às 22h por problemas técnicos. O mesmo ocorreu nesta quinta, sem nenhuma explicação oficial para o atraso.
A estimativa do governo federal é que o Brasil já tenha realizado 1.085.891 exames RT-PCR (o mais confiável). Há ainda o montante de 800.000 testes rápidos (os que detectam anticorpos, com maior taxa de erro) realizados pelas secretarias de Saúde.
São 4.178 municípios brasileiros com casos detectados de Covid-19, trata-se de um percentual de 75% das cidades de todo o país.
Novo programa
O Ministério da Saúde também anunciou um programa para ampliar o acesso à atenção primeira de saúde. Ou seja, acesso aos primeiros atendimentos aos que apresentam sintomas ainda leves da doença, a exemplo de febre, tosse e dor no corpo. Na proposta divulgada pela pasta, são 5.570 municípios que receberão orçamento para montar um centro de atendimento para o enfrentamento à Covid-19. Está estimado o investimento de 896,6 milhões de reais no serviço.
Já os chamados centro comunitários de referência para enfrentamento à Covid-19, a segunda parte do projeto, é para regiões onde há pelo menos 4.000 pessoas morando em favelas e outras moradias subnormais. Neste grupo, 176 municípios dividirão o investimento de de 215,3 milhões de reais.
As duas ações devem ocupar equipamentos regionais já disponíveis: caso de centro comunitário e de saúde.
Previsões para os estados
A pasta da saúde reconhece que a pandemia ainda está em fase de aceleração em todo o país, ainda que alguns estados apresentem percentuais que indiquem possíveis desacelerações mais à frente.
Por meio de dados obtidos nas últimas semanas, apontado durante a coletiva de imprensa que a região metropolitana da Grande Vitória, no Espírito Santo, apresentou uma tendência à estabilização de casos novos da doença na última semana. O mesmo deve ser acompanhado no estado do Ceará, que ainda apresentou uma queda no número de óbitos nas últimas semanas epidemiológicas. Também teve redução no número de óbitos o Amazonas, mas os novos casos ainda estão em curva ascendente.
Outras medidas estatísticas ainda apontam que Piaui, Rio de Janeiro, Pernambuco, são alguns estados que podem apresentar redução e internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave nas próximas semanas. Essas internações são um “termômetro” para saber como está a prevalência de Covid-19 nas regiões — uma vez que nem todos os doentes com o novo coronavírus são diagnosticados.