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Consumo moderado de chocolate amargo pode reduzir risco de diabetes 2

Estudo revela que os flavanóis do cacau estão associados a vantagens metabólicas; mais estudos devem ser realizados para confirmação dos benefícios

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 dez 2024, 13h29

Um estudo publicado no periódico científico The BMJ trouxe evidências promissoras: o consumo regular de chocolate amargo foi associado a uma redução significativa no risco de diabetes tipo 2. A pesquisa acompanhou mais de 192 mil pessoas durante 25 anos, analisando como hábitos alimentares, estilo de vida e tipos de chocolate consumidos impactam a saúde metabólica.

Os resultados revelaram que quem consome pelo menos cinco porções semanais de chocolate – cerca de 140 gramas no total, com porções de 28 gramas – tem 10% menos risco de desenvolver diabetes tipo 2. Esse benefício foi ainda maior entre os consumidores de chocolate amargo, com uma redução de até 21% no risco. Já o chocolate ao leite, popular por sua doçura, não apresentou vantagens metabólicas e ainda foi associado ao ganho de peso.

Flavanóis: a arma secreta do cacau

Segundo o estudo, o diferencial do chocolate amargo está nos flavanóis, compostos naturais presentes no cacau que possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Eles ajudam a melhorar a circulação sanguínea, reduzir inflamações e aumentar a sensibilidade à insulina – um dos fatores mais importantes na prevenção do diabetes tipo 2.

A pesquisa também apontou um efeito dose-dependente: cada porção semanal adicional de chocolate amargo foi associada a uma redução de 3% no risco de diabetes. Esses dados reforçam que até pequenas quantidades, se consumidas regularmente, podem ter impacto positivo.

Por outro lado, o chocolate ao leite, com maior teor de açúcar e menor concentração de cacau, mostrou-se menos eficaz. Na verdade, seu consumo frequente contribuiu para o ganho de peso, um fator de risco significativo para o desenvolvimento do diabetes.

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Quando o benefício vira risco

Apesar dos achados positivos, especialistas alertam que o consumo de chocolate – mesmo o amargo – deve ser moderado. A versão amarga, embora mais saudável, ainda contém gorduras saturadas e é calórica. Exceder as cinco porções semanais recomendadas no estudo pode levar ao ganho de peso, anulando seus efeitos protetores contra o diabetes.

A mensagem, portanto, não é liberar o consumo indiscriminado, mas ter consciência e equilíbrio. A inclusão do chocolate amargo em uma dieta saudável pode ser benéfica, desde que acompanhada de um estilo de vida ativo e alimentação balanceada.

Limitações do estudo e perspectivas

Os pesquisadores destacam que o estudo é observacional, ou seja, não prova que o chocolate amargo é a causa direta da redução no risco de diabetes. Outros fatores, como hábitos alimentares gerais e características genéticas, podem ter influenciado os resultados.

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Além disso, a maioria dos participantes era composta por adultos brancos e mais velhos, o que limita a aplicabilidade dos achados a outras populações. Ensaios clínicos controlados serão necessários para confirmar os benefícios e explorar os mecanismos que fazem do chocolate amargo um potencial aliado no combate ao diabetes.

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